Cartaz de cinema

Diário do Curtas de Vila do Conde 2021: segundo dia - Jacqueline Lentzou e Leonor Noivo

Publicado em 18 Jul. 2021 às 17:43, por Pedro Sesinando, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)

Diário do Curtas de Vila do Conde 2021: segundo dia - Jacqueline Lentzou e Leonor Noivo

Primeiros tons da competição portuguesa acompanhados por uma retrospetiva da cineasta grega Jacqueline Lentzou.

Do segundo dia do Curtas de Vila de Conde sai aquele que pode ser o seu primeiro grande nome, Jacqueline Lentzou, jovem cineasta grega a quem o Curtas dedicou uma sessão de quatro curtas-metragens na rubrica "New Voices".

Lentzou, que este ano estreou a sua primeira longa em Berlim - longa essa que poderemos ver em Vila do Conde - apresentou "Thirteen Blue", "Alepou" (Raposa), "Hiwa" e "Ektoras Malo", trabalhos que se compreendem entre 2013 e 2018.

"Blue thirteen" acompanha uma adolescente e o seu entorno doméstico no que parece ser uma quieta revolta contra a irrelevância, uma espécie de antecâmara para o que Lentzou explorará em "Ektoras Malo". "Hiwa", talvez a menos fulgurante das curtas, é um exercício de estilo comandado por um diálogo em voz-off de um casal de imigrantes filipinos e da sua relação com Atenas. Mas é sobretudo com "Alepou" e, especialmente, com "Ektoras Malo", um tratado sobre a invisibilidade social, que a jovem grega mostra as suas maiores qualidades. A lente invasiva e, acima de tudo, a forma como Lentzou nos consegue levar rapidamente a intuir um passado nas personagens, aguçam a curiosidade sobre o que poderá fazer em contexto de longa metragem.

Foi também dia de abertura da competição nacional, com destaque para "Madrugada" de Leonor Noivo, um trabalho interessante da realizadora e protagonizado por Alexandra Espiridião, em que se lê nas entrelinhas o contexto de pandemia e de como esta afectou o espírito de um tecido tantas vezes invisível da nossa sociedade. "Madrugada" partilhou sessão com "Nada nas mãos" de Paolo Marinou-Blanco e "Miraflores" de Rodrigo Braz Teixeira.