Cartaz de cinema

"O Incal": Taika Waititi adapta Jodorowsky e Moebius

Publicado em 4 Nov. 2021 às 18:59, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Primeiro olhar)

"O Incal": Taika Waititi adapta Jodorowsky e Moebius

"O Incal", obra de banda desenhada criada por Alejandro Jodorowsky e Moebius, vai ser adaptada ao cinema. Taika Waititi, ator, argumentista e realizador neozelandês, recebeu a responsabilidade de dirigir o filme.

Após "O Que Fazemos nas Sombras" e "Jojo Rabbit", que lhe deu o Oscar de melhor argumento adaptado, Waititi, assume o desafio de levar ao cinema o sucesso de vendas publicado pela primeira vez em 1978. A escrita será repartida com o seu habitual parceiro Jemaine Clement (O Que Fazemos nas Sombras) e ainda com Peter Warren (This is Us).

"O Incal" é uma space opera - subgénero da ficção científica a que pertencem, por exemplo, as histórias de "Flash Gordon", "Star Wars", "Dune", ou "Star Trek" - centrada no Detetive John Difool, um detective de classe baixa num mundo degenerado e distópico que descobre um artefacto antigo e místico chamado "O Incal". As aventuras de Difool irão colocá-lo em conflito com o maior guerreiro da galáxia, o Metabaron, e com um líder religioso conhecido como Technopope. Estes e outros encontros compõem um conto de proporções cómicas e cósmicas onde Difool é obrigado a lutar não só pela própria sobrevivência, mas também pela sobrevivência de todo o universo. É uma das histórias que integram o "Jodoverse", um mundo narrativo à moda da Marvel criado por Jodorowsky.

Originário do Chile, mas descendente de uma família judeus ucranianos, Jodorowsky começou pelo palco. Viajou com uma trupe de pantomina nos anos 50, e colaborou com o famoso mímico Marcel Marceau, em Paris. Na década de 1960, com Fernando Arrabal e Roland Topor criou o "Mouvement panique", uma companhia de teatro que ficou conhecida pelos aspetos caóticos, absurdos e violentos das suas atuações.

Transitou para o cinema nos anos 70, altura em que assinou o western vanguardista e surrealista "El Topo", seguido de "A Montanha Sagrada", uma fantasia mística que, tal como o filme anterior, se manteve distante das regras e linearidades formais. Mais tarde, começou a desenvolver uma adaptação de "Dune" (esse mesmo, recentemente estreado pela mão de Denis Villeneuve) que nunca foi concluída devido a problemas financeiros.

Foi a partir daí, que Jodorovski, hoje com 92 anos, começou a escrever romances gráficos, tendo como parceiro visual o artista Moebius, também conhecido como Jean Giraud, desaparecido em 2012.