Cartaz de cinema

Mostra de filmes de arquivo familiares decorre em outubro entre Marvila e Alvalade

Publicado em 15 Out. 2020 às 14:57, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Ciclos de cinema)

Mostra de filmes de arquivo familiares decorre em outubro entre Marvila e Alvalade

Promovida pelo Arquivo Municipal de Lisboa, a terceira edição da TRAÇA decorre de 19 a 25 de outubro e centra o foco nos bairros de Marvila e Alvalade.

A 3.ª edição da TRAÇA – Mostra de Filmes de Arquivos Familiares decorre de 19 a 25 de outubro tendo por tema os bairros de Marvila e Alvalade. Propõe revelar as ligações (históricas e quotidianas) e a circulação possível entre os dois territórios lisboetas que, apesar de serem territórios contíguos, estão, em parte, desenhados para estarem de costas um para o outro.

Promovida pelo Arquivo Municipal de Lisboa - Videoteca, a TRAÇA pretende dar a conhecer filmes amadores feitos na cidade de Lisboa, ou pelos seus habitantes.

A programação é apresentada através de um percurso digital, atualizado em cada um dos dias da mostra, que mapeia percursos físicos em Marvila e Alvalade. Identifica locais no terreno e assinala-os através de coordenadas GPS, convidando a um percurso físico, que pode ser realizado em qualquer altura.

O percurso terá o centro em Marvila. É construído por oposições – porque não existem filmes de família provenientes de Marvila (mas existem muitos em Alvalade); pelo mapear dos percursos dos moradores de Marvila por Alvalade (das pessoas que saíram dos bairros de construção informal em Alvalade para ocuparem casas, ou serem realojadas nos bairros de Marvila, ou os percursos quotidianos, para a Igreja, ou o Mercado); e pela procura da paisagem de Marvila em Alvalade.

Pela primeira vez, a TRAÇA convidou uma curadora, Maria do Mar Fazenda, para trabalhar o arquivo de filmes de família do Arquivo Municipal de Lisboa - Videoteca. Daí resultaram duas estruturas de afixação de cartazes colocadas em Marvila e Alvalade para receberem a intervenção dos artistas convidados: André Guedes, Carla Filipe, Fernanda Fragateiro, Filipe André Alves e Ramiro Guerreiro. A residência artística realizada pela curadora originou também um conjunto de fragmentos selecionados e organizados em quatro temas (Areia, Varandas, Ocupações efémeras da rua e Evidências da técnica).

Serão ainda exibidas as coleções em bruto de onde Maria do Mar Fazenda retirou fragmentos, coleções essas que voltam a ser abertas através de emissões comentadas por artistas que já passaram pelo evento, como Margarida Cardoso, Sofia Dinger, Sofia Dias e Vítor Roriz, Jorge Silva Melo e Raquel André.

A TRAÇA – Mostra de Filmes de Arquivos Familiares, existe desde 2015 e assenta sobre dois pilares fundamentais: o território, tratado a partir da história da sua habitação, e o arquivo, cujos limites procura expandir.

Envolve um trabalho de contacto com as comunidades que recebem cada edição da Mostra, de modo a proceder à recolha de memórias e imagens (mesmo que não sejam em formato fílmico), e de promoção de encontros geracionais dentro dessas mesmas comunidades.

Em relação ao arquivo, a TRAÇA procura expandir-se através da recolha de filmes de família que, pelo seu carácter privado têm sido descartados pelos arquivos de cinema e estão a perder-se; e abrindo o arquivo a criadores vindos de áreas artísticas  distintas que são convidados a criar novos objetos a partir dos filmes de família recolhidos.