Harvey Weinstein: segunda condenação

Harvey Weinstein foi considerado culpado de violação e agressão sexual em um dos quatro processos a julgamento em Los Angeles sobre alegações que ocorreram entre 2005 e 2013.

O antigo produtor de cinema, de 70 anos, foi ilibado numa segunda acusação. Dois outros casos foram encerrados por o júri não ter conseguido emitir um veredito.

Responsável por êxitos de bilheteira premiados nos Óscares, como "A Paixão de Shakespeare", ou "O Artista", Weinstein já tinha sido condenado noutro julgamento que decorreu em Nova Iorque, em 2020, por crimes da mesma natureza.

Cumpre uma pena de 23 anos de prisão. Neste segundo julgamento, incorre numa pena de duração semelhante.

A vítima, cujo nome de desconhece, era uma modelo nascida na Rússia. Afirmou no tribunal que estava em Los Angeles para um festival de cinema no início de 2013, quando Weinstein a violou num quarto de hotel.

Mais de 80 mulheres apresentaram acusações de agressão sexual e conduta imprópria contra Weinstein, numa sucessão de casos que se espalha por décadas.

O silêncio sobre este comportamento terminou em outubro 2017, quando artigos publicados no The New York Times e na New Yorker acusaram Weinstein de ter pago para silenciar oito mulheres que se queixavam de assédio sexual. Seguiram-se dezenas de relatos e depoimentos que envolviam assistentes, aspirantes a atrizes e nomes conhecidos como Gwyneth Paltrow, Asia Argento, Cara Delevingne, ou Angelina Jolie.

Estes casos, ajudaram a criar o Movimento #MeeToo e a trazer a público outros casos envolvendo homens em posições de poder na indústria do entretenimento e no jornalismo.

Harvey Weinstein, nascido em Nova Iorque, começou por organizar concertos com o irmão, Bob. Com os lucros criaram uma pequena empresa de distribuição de cinema independente chamada Miramax. A partir do sucesso de "Sexo, Mentiras e Vídeo", de Steven Soderbergh, em 1989, seguiram-se títulos como "O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela", de Peter Greenaway, "Jogo de Lágrimas", de Neil Jordan, ou "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino.

A Miramax ganhou fama de vencedora de Oscars com "O Paciente Inglês", em 1997, e depois com "O Bom Rebelde" e "A Paixão de Shakespeare".

Em 2005, Bob e Harvey venderam a Miramax à Disney. Pouco depois, abriram a The Weinstein Co.

Apoiante do Partido Democrata, contribuiu financeiramente para as campanhas de Barack Obama e Hillary Clinton.