Cartaz de cinema

Ciclo na Reitoria da Universidade de Lisboa lança olhar sobre a história do cinema

Publicado em 17 Mar. 2017 às 15:51, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Ciclos de cinema)

Ciclo na Reitoria da Universidade de Lisboa lança olhar sobre a história do cinema

De 6 de Abril a 25 de Maio, o Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa vai servir de palco ao ciclo de cinema As Imagens Reencontradas. As sessões, com entrada livre, terão lugar às quintas-feiras, pelas 18h30.

Com curadoria de Tiago J. Silva (estagiário curricular no Núcleo de Programação Cultural da Reitoria da UL), o ciclo tem como objectivo problematizar questões relacionadas com a cinefilia, recuperando memórias e imagens da História do Cinema.

Cada sessão contará com um convidado que fará uma breve apresentação do filme.

António M. Feijó, Clara Rowland, Fernando Guerreiro, Ivo Canelas, Mário Jorge Torres, Simão Valente e o próprio Tiago J. Silva são os nomes a quem coube a escolha dos títulos que deviam obedecer a um requisito: ser um filme que recordem da História do Cinema.

Abaixo seguem os detalhes das sessões:

6 Abril

SENSO de Luchino Visconti (1954), 122 min.

Apresentado por Tiago J. Silva

Momento absolutamente fundamental na obra de Luchino Visconti, SENSO é o filme em que o melodrama atinge o seu apogeu. A história de amor condenado entre a Condessa Livia Serpieri (Alida Valli) e o tenente Franz Mahler (Farley Granger), que tem como pano de fundo os últimos dias da ocupação austríaca em Itália, começa na ópera para lhe herdar o tom e a teatralidade extasiante. Quando o par percebe que a sua existência não pode ser "alheia ao Céu e ao Inferno", como se diz no poema de Heine que Franz cita, é já tarde demais.

20 Abril

RIO BRAVO de Howard Hawks (1959), 136 min.

Apresentado por Mário Jorge Torres

Em RIO BRAVO, Howard Hawks reúne lendas do western para examinar e transgredir as regras do próprio género cinematográfico. O xerife John T. Chance (John Wayne), depois de prender o criminoso Joe Burdette (Claude Akins), sabe que terá de proteger a cadeia com a sua vida: é que Nathan (John Russell), o irmão de Joe, não olhará a meios para libertá-lo. Para o ajudar com a sua tarefa, Chance contará com a companhia de Stumpy (Walter Brennan), Dude (Dean Martin) e Colorado (Ricky Nelson). Entre os tiros, há canções, conversas e paixões antigas.

27 Abril

HALLOWEEN de John Carpenter (1978), 92 min.

Apresentado por Fernando Guerreiro

HALLOWEEN é um dos mais célebres filmes de terror de sempre, e deu origem a inúmeras imitações e variações que continuam a surgir no cinema actual. Mesmo quem não o viu consegue identificar de imediato a banda-sonora e reconhecer o perturbador Michael Myers. Ancorando a acção no seio da vida adolescente nos subúrbios americanos, John Carpenter foca-se no regresso do assassino a Haddonfield depois da sua evasão do hospício. A data que Myers escolhe para o fazer não é acidental: é noite de Halloween e faz 15 anos desde que assassinou a irmã.  

4 Maio

IL DIVO de Paolo Sorrentino (2008), 110 min.

Apresentado por Simão Valente

Os números que marcaram a carreira de Giulio Andreotti são invulgares: foi ministro dezanove vezes e primeiro-ministro italiano sete vezes. Foi também acusado vinte e nove vezes – e absolvido em igual número. Em IL DIVO, Toni Servillo dá corpo ao homem que chegou a ser comparado a Júlio César, e Paolo Sorrentino detém-se especialmente nos abusos de poder, vínculos criminosos e jogos de influência protagonizados pelo político. O filme, sendo narração de uma biografia com pormenores inusitados, é também retrato de um sistema viciado e decadente.

11 Maio

LADRI DI BICICLETTE de Vittorio De Sica (1948), 85 min.

Apresentado por Ivo Canelas

"Tenho sido amaldiçoado desde o dia em que nasci". Quem o diz é Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) em LADRI DI BICICLETTE, filme maior de Vittorio De Sica e exemplo perfeito do neo-realismo italiano em pleno. Depois de lhe roubarem a bicicleta, de que precisa desesperadamente para poder trabalhar, Antonio vagueia por Roma com o filho Bruno (Enzo Staiola) na esperança de a reaver. As deambulações pela cidade, autênticas meditações sobre a pobreza e o pós-guerra, trarão dilemas morais e sérias decepções.

18 Maio

MADAME DE... de Max Ophüls (1953), 95 min.

Apresentado por Clara Rowland

Max Ophüls, em MADAME DE..., conta uma história de paixão e traição através do percurso acidentado de um par de brincos. A prenda de casamento que o General André (Charles Boyer) oferece à Madame Louise (Danielle Darrieux) será vendida e recuperada inúmeras vezes, e passará pelas mãos de amantes e diplomatas. Os enganos e as infidelidades na Paris do século XIX são filmados por Ophüls de modo fulguroso, e MADAME DE... contém aquela que é considerada a cena mais bela de todos os seus filmes – o interminável baile entre Louise e o Barão Donati (Vittorio De Sica).

25 Maio

GLORIA de John Cassavetes (1980), 121 min.

Apresentado por António M. Feijó

Gena Rowlands, na oitava de dez colaborações com John Cassavetes, tem em GLORIA uma das suas mais pungentes e carismáticas personagens. A mulher que dá título ao filme vê-se obrigada a fugir da máfia ao mesmo tempo que protege Phil (John Adames), filho dos vizinhos que acabam de ser assassinados pela organização, e que tem em sua posse informações importantes. Pensado inicialmente enquanto guião que venderia a um grande estúdio, o filme acabou por ser realizado por Cassavetes a pedido da actriz, e tem como referência os primeiros filmes de gangsters da Warner Brothers.