Publicado em 28 Fev. 2013 às 21:40, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Indústria cinematográfica)
Cortes de electricidade por falta de pagamento deram o golpe de misericórdia no que restava do segundo maior exibidor português.
As salas de cinema Castello Lopes que ainda se encontravam em funcionamento fecharam ao público esta semana após terem ficado sem energia elétrica. O corte por parte do fornecedor deveu-se a dívidas acumuladas pela Socorama, a empresa que explorava, até há pouco tempo, 106 ecrãs de cinema em todo o país.
Entre as salas que fecharam agora portas estão o Londres, em Lisboa, e multiplexes em Cascais, Barreiro e Setúbal.
A Socorama apresentou a 12 de fevereiro um pedido de insolvência por se declarar incapaz de saldar dívidas que podem chegar aos 14 milhões de euros.
As dificuldades da empresa tornaram-se públicas no início de janeiro, com o encerramento de metade do circuito de exibição. O corte de eletricidade verificado agora vem riscar por completo a Socorama do cartaz de cinema em Portugal que, de um momento para o outro, perde a segunda maior empresa do mercado e deixa sem salas muitas cidades do país.
Embora a administração afirme que pretende reabrir pelo menos parte do circuito, não há certezas de que tal venha a acontecer.
De acordo com números do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) publicados recentemente e relativos a 2012, as salas Castello Lopes detinham 17% de quota de mercado e sofreram uma quebra de 12% nas receitas em comparação com o ano anterior, passando de um total de 14,4 milhões de euros para 12,6 milhões de euros (receita bruta).
As quebras foram gerais no negócio do cinema com as salas da Medeia a registarem a maior descida percentual do mercado com -25% de receita bruta em relação a 2011.
O mercado continua a ser dominado pela Zon que detém 58% de quota de mercado.
No total, as receitas de cinema em sala desceram 7,6% entre 2011 e 2012, o equivalente a uma quebra de audiência de dois milhões de espectadores.