Castello Lopes avança com encerramento de oito cinemas (atualizado)
Publicado em 29 Jan. 2013 às 15:00, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Indústria cinematográfica)
Após o fecho do multiplex na Madeira e da notícia de que o cinema dos Açores também seria encerrado, os cortes anunciados pelo segundo maior exibidor português acabaram por ser bem mais dramáticos e profundos.
Atualização às 16h10: Em comunicado enviado à Lusa e publicado pelo Jornal de Notícias a Sonae Sierra afirma que as salas Castello Lopes encerraram porque: "Apesar do apoio dado, a Castello Lopes [Nota da redação: na verdade trata-se da Socorama Cinemas que explora as salas] acumulou uma dívida de valor muito elevado e não reuniu outras condições necessárias à viabilização da operação dos cinemas".
Acerca do futuro dos espaços até agora ocupados, fonte da Sonae Sierra disse á Lusa que "Não está nada decidido, estamos em negociações com outros operadores e a analisar diferentes opções, que incluem outro tipo de uso que não seja só cinema".
A Socorama, empresa que explora as salas Castello Lopes, anunciou esta terça-feira a decisão de encerrar oito complexos em todo o país.
Vão fechar portas os cinemas nas seguintes localidades: Viana do Castelo, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e, como já era esperado, Ponta Delgada.
Com estes cortes, na prática deixam de estar em funcionamento metade dos ecrãs que a empresa possuia até agora. Em todos os concelhos afetados deixa simplesmente de haver oferta de cinema em sala. Noutros, como Viana do Castelo, ou Ponta Delgada, é toda uma região que desaparece do mapa da exibição cinematográfica nacional.
Em declarações ao jornal Público, o administrador da Socorama, João Paulo Abreu, apontou a responsabilidade do encerramento à falta de flexibilidade da Sonae Sierra (detentora dos espaços comerciais) para negociar os valores de arrendamento numa altura de quebra acentuada nas receitas.
De acordo com números do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) publicados recentemente e relativos a 2012, as salas Castello Lopes detinham 17% de quota de mercado e sofreram uma quebra de 12% nas receitas em comparação com o ano anterior, passando de um total de 14,4 milhões de euros para 12,6 milhões de euros (receita bruta).
As quebras foram gerais no negócio do cinema com as salas da Medeia a registarem a maior descida percentual do mercado com -25% de receita bruta em relação a 2011.
O mercado continua a ser dominado pela Zon que detém 58% de quota de mercado.
No total, as receitas de cinema em sala desceram 7,6% entre 2011 e 2012, o equivalente a uma quebra de audiência de dois milhões de espectadores.
