Cartaz de cinema

IndieLisboa 2022: espaço às curtas

Publicado em 4 Mai. 2022 às 12:45, por Pedro Sesinando, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)

IndieLisboa 2022: espaço às curtas

Na terceira sessão da competição internacional dedicada às curtas-metragens, destacaram-se "Handstand" da arménia Ovsanna Shekoyan e "Have a Nice Day Forever" da norueguesa Tatiana Delaunay.

Um auditório bem composto recebeu a terceira sessão da Competição Internacional de Curtas do IndieLisboa 2022 em que foram apresentados trabalhos da austríaca Daniela Zahner, das britânicas Lizzy Deacon e Ika Schwander, das catalãs Florencia Aliberti e Silvia Subirós, da realizadora arménia Ovsanna Shekoyan e da norueguesa Tatiana Delaunay.

De destacar, precisamente, as obras destas últimas, "Handstand" de Shekoyan e "Have a Nice Day Forever" de Delaunay, tão diferentes no tom como igualmente hábeis a contar tanto em tão pouco tempo.

"Handstand" centra a narrativa numa escola primária arménia durante um rigoroso inverno. Um trágico evento irá, inevitavelmente, alterar a vida da comunidade escolar, de professores a pais.

Na primeira cena somos confrontados com um aluno inconsciente e a ser transportado para o hospital. De seguida, acompanhamos o limbo em que as personagens se encontram, entre a angústia do que passou e a esperança de que tudo não passe de um susto.

Somos lentamente submersos na realidade daquela comunidade até termos consciência do desfecho, ainda desconhecido para os protagonistas. Shekoyan deixa-nos a adivinhar sobre o impacto que a tragédia terá na vida daquelas pessoas e, inevitavelmente, passa a angústia para o lado do espectador.

Bastante mais descontraído é "Have a Nice Day Forever" de Tatiana Delaunay. Um filme que evolui rapidamente de ode ao bucolismo da paisagem invernal escandinava para um buddy-movie focado na relação de amizade entre um turista americano e um jovem norueguês com uma curiosa obsessão por Bruce Springsteen.

Os diálogos são de um nonsense bem doseado e a espontaneidade dos actores só ajuda. Talvez seja esse o grande mérito do filme de Delaunay, conseguir em apenas vinte minutos fazer-nos sentir genuína empatia por duas personagens tão improváveis. Referência merecida também para a cinematografia e para uma banda sonora impecavelmente aplicada.

Trailer "Handstand"

 

Trailer "Have a Nice Day Forever"