Publicado em 10 Ago. 2020 às 16:43, por filmSPOT, em Notícias de televisão e séries (Temas: Estreias)
As propostas da RTP2 para a próxima semana incluem séries, documentários, filmes e dança.
Durante a próxima semana, a RTP2 anuncia a exibição da série britânica "Os Durrell", baseada na Trilogia de Corfu do naturalista inglês Gerald Durrell, sobre os anos em que a família viveu na ilha grega de Corfu.
De Espanha chega série "Arde Madrid", um retrato da vida da atriz norte-americana Ava Gardner em Madrid, através do olhar dos seus empregados.
Passando da ficção para o lado documental, o segundo canal da televisão pública mostra "Isto é Arte", onde Ramon Gener conduz os espectadores através da arte numa viagem ao âmago da natureza humana e das emoções; e o 4º e último episódio de "As Rotas da Escravatura" sobre como a escravatura moldou a história.
Nas noites de cinema, a RTP2 exibe "Phoenix", filme do cineasta alemão Christian Petzold, que conta a história de uma sobrevivente dos campos de concentração nazis desfigurada que, depois da cirurgia de reconstrução facial, inicia uma busca para encontrar o marido; "O Mar de Árvores", do cineasta norte-americano Gus Van Sant, centrado na viagem de um norte-americano que escolhe uma floresta japonesa para se suicidar; e "O Primeiro Verão", do português Adriano Mendes, um drama sobre as dores do crescimento e a iniciação à vida adulta.
A terminar a semana, vai para o ar o documentário "Leva-me Contigo", documentário que acompanha a caminhada do escritor Afonso Reis Cabral pelos quase 739 quilómetros da Estada Nacional 2; e estreia "S Ó S", nova criação de Daniel Cardoso para o Quorum Ballet que propõe uma reflexão pelos tempos estranhos e contraditórios em que vivemos e onde passámos de poder experienciar, sentir e cheirar qualquer canto do globo para estarmos confinados nas nossas casas assistindo a tudo à distância de um ecrã. Ainda o documentário "Dança no Ecrã", uma viagem ao mundo da dança através das mais fascinantes gravações em filme.
Abaixo, os detalhes sobre cada uma destas propostas.
Série
Segunda temporada da série britânica baseada na Trilogia de Corfu do naturalista inglês Gerald Durrell, que inclui "A Minha Família e Outros Animais", sobre os quatro anos da vida da família na ilha grega de Corfu.
Como de costume, a família Durrell está numa situação financeira complicada. Vasilia (Errika Bigiou), a nova senhoria, tem um ressentimento misterioso em relação a Louisa (Keeley Hawes) e insiste no pagamento atempado da renda. Desesperada para conseguir dinheiro, Louisa decide-se por uma estratégia ousada: vender iguarias britânicas caseiras no mercado da vila.
Mas quando os locais começam a apreciar os ovos à escocesa e o tradicional pudim britânico, Vasilia conspira uma crise de saúde pública. Entretanto, Louisa é cortejada pelo elegante Hugh (Daniel Lapaine), um britânico a residir em Corfu que é dono de um lagar de azeite, conduz um carro desportivo vermelho e quer levá-la para Inglaterra.
Margo (Daisy Waterstone) e Larry (Josh O'Connor) vivem grandes histórias de amor, assim como as lontras de Gerry (Milo Parker). Entretanto, gregos e britânicos organizam um jogo de críquete amigável que quase provoca um incidente internacional.
A série da ITV, que se estende por quatro temporadas, é inspirada nos três livros autobiográficos de Gerald Durrell (1925-1995), que que inclui "A Minha Família e Outros Animais", sobre os quatro anos que a família viveu na ilha grega de Corfu, entre 1935 e 39.
Filme
Filme do cineasta alemão Christian Petzold ("Bárbara", "Em Trânsito"), adaptação da obra "Le Retour des Cendres" do escritor francês Hubert Monteilhet.
Alemanha, Outono de 1945. Nelly Lenz (Nina Hoss) é uma sobrevivente dos campos de concentração nazis. Apesar de ter escapado à morte, sofreu vários ferimentos que a deixaram seriamente desfigurada. Lene Winter (Nina Kunzendorf), que trabalha para uma agência judaica, cuida dela e leva-a para Berlim. Após a cirurgia de reconstrução facial, Nelly começa à procura do marido, Johnny (Ronald Zehrfeld), que tudo indica ter sido quem a denunciou às autoridades alemãs. Por fim encontra-o a trabalhar num bar chamado Phoenix mas convencido que a mulher está morta, Johnny não a reconhece. Ainda assim ele aborda-a com uma proposta: uma vez que ela se parece com a sua mulher, pede-lhe que o ajude a reclamar a considerável fortuna que ela deixou. Determinada a descobrir a verdade sobre as intenções do homem com quem se casou, Nelly concorda e torna-se a sua própria sósia. Nelly quer a sua vida de volta mas precisa saber se Johnny alguma vez a amou, ou se a traiu. Mas quanto mais semelhanças revela mais desesperada e confusa se torna a relação. Será que Johnny irá confessar o seu amor? Ou a sua culpa?
Série documental
Uma viagem ao interior de nós mesmo, dos nossos sentimentos e inquietações. As emoções são o que nos caracteriza como seres humanos, e a Arte tem o poder de nos provocar todo o tipo de sensações e sentimentos. "Isto é Arte" pretende sobretudo emocionar-nos mas também levar-nos a descobrir quem realmente somos. Através da beleza das formas artísticas entramos na engrenagem da natureza humana. Porque todos somos capazes de desejar, amar, odiar, admirar, rir e chorar. Todo o artista utiliza a arte para expressar as suas emoções. E "Isto é Arte" utiliza as emoções para explicar diferentes vertentes da história da Arte. Por meio da pintura, escultura, música, arquitetura, literatura, a série percorre temas tão universais como a fé, a dor, o desgosto, a paixão, a melancolia, a obsessão, o humor ou a vergonha. Com uma linguagem divertida, Ramon Gener ("Isto é Ópera") aborda com paixão, o saber e a magia de todos estes conceitos para nos acompanhar numa maravilhosa viagem ao âmago da natureza humana.
Série documental
1789-1888: As Novas Fronteiras da Escravatura.
Em 1790, o tráfico negreiro atinge o seu zénite. Mais de 100 000 cativos são deportados todos os anos. No advento do séc. XIX, a violência dos negreiros dita a condenação do tráfico transatlântico. Doravante, a Europa terá de encontrar um meio de enriquecer sem recorrer a este tráfico, agora, imoral. Nos anos que se seguem à proibição do tráfico, os europeus vão fazer recuar as fronteiras da escravatura. O Brasil guarda nele a herança dos últimos anos da escravatura. No momento em que o comércio de escravos é proibido, uma segunda vaga de deportações de cativos chega à Baía do Rio de Janeiro. Com mais de dois milhões de escravos desembarcados, o Rio tornou-se, no séc. XIX, o maior porto de tráfico do mundo.
Filme
Filme do cineasta norte-americano Gus Van Sant ("O Bom Rebelde", "Milk", "Terra Prometida"), com Matthew McConaughey, Ken Watanabe, Naomi Watts, centrado na viagem de um norte-americano que escolhe uma floresta japonesa para se suicidar.
A floresta Aokigahara, também conhecida por "Mar de Árvores", situa-se no sopé do monte Fuji, no Japão. Famosa por ser um local escolhido por várias centenas de suicidas, é também lugar de muitas histórias relacionadas com os fantasmas daqueles que ali morreram e com vários espíritos malignos da mitologia nipónica. Devido à densidade das árvores, que bloqueiam o vento e a luz, e à quase inexistência de animais selvagens, é um lugar melancólico e silencioso. A atravessar um momento difícil da vida, o norte-americano Arthur Brennan (Matthew McConaughey) decide viajar até Aokigahara de onde não pretende regressar. Quando encontra um local que parece ideal para pôr fim à vida, depara-se com Takumi Nakamura (Ken Watanabe), um homem japonês, ferido e perdido, que ali se encontra com o mesmo estado de alma. Embora estivesse determinado a morrer, invadido por um sentimento de humanidade, Arthur decide ajudar o homem. Pela densa floresta japonesa, juntos iniciam uma viagem de reflexão e sobrevivência na tentativa de responder às suas questões existenciais.
Bailado
Nova criação de Daniel Cardoso para o Quorum Ballet.
Vivemos os tempos mais estranhos e inacreditáveis da nossa era. Este nosso mundo que se move a uma velocidade vertiginosa finalmente "parou" e a humanidade isolou-se. Deixámos de correr e o calendário "desacelerou", fechados em casa a pensar se ainda sabemos o que fazer do tempo que nos parece sobrar…
São tempos contraditórios, repletos de paradoxos e que nunca pensámos ser possível acontecerem à escala global. Sentimo-nos mais pequenos e impotentes para controlar as nossas vidas. Passámos de poder experienciar, sentir e cheirar qualquer canto do globo, para estarmos confinados nas nossas casas assistindo a tudo à distância de um ecrã.
Vivemos a ilusão da proximidade nesse ecrã, através do virtual enquanto a proximidade real nos é recusada. Não podemos beijar, não podemos tocar, não nos podemos movimentar, não podemos conviver e não podemos abraçar quem amamos. Vivemos a época do "não", da frieza e do distanciamento físico e apercebemo-nos que tudo o que dávamos por adquirido afinal se pode esfumar em segundos: perdemos a liberdade.
Nunca estivemos tão longe e em simultâneo tão perto. Mas também nunca estivemos tão sós e a precisar tanto da ajuda uns dos outros. Apercebemo-nos a cada dia que precisamos cuidar e ser cuidados e que as diferenças perdem sentido perante dificuldades comuns, perante algo maior que nos congrega numa responsabilidade partilhada de interdependência e respeito.
Documentário
Uma viagem ao mundo da dança através das mais fascinantes gravações em filme.
A dança é uma forma de arte muito efémera, ou pelo menos assim o era antes do advento do cinema e da televisão. Uma incrível jornada que começa com o primeiro registo de uma dança, concebida especialmente para a câmara, gravada em 1896 logo após a máquina de filmar ter sido inventada, até gravações ao vivo para serem depois apreciadas no grande ecrã do cinema. Com grandes bailarinos como Margot Fonteyn, Rudolf Nureyev, Sidi Larbi Cherkaoui ou Akram Khan, e contributos de The Ballet Boyz, Matthew Bourne, o crítico de dança Clement Crisp, Valery Gergiev, Brigitte Lefèvre e Bob Lockyer, que com o seu grande conhecimento coloca em perspetiva muitas das sequências de dança, o documentário de Reiner E. Moritz apresenta algumas das mais fascinantes gravações da história da dança.
Filme
Primeiro filme de Adriano Mendes, um drama sobre as dores do crescimento e a iniciação à vida adulta.
Isabel (Anabela Caetano) e Miguel (Adriano Mendes) são jovens e têm a vida pela frente. Um dia conhecem-se numa aula de condução e tornam-se amigos. O que a princípio não passava de uma amizade como qualquer outra, depressa se transforma num amor profundo. Inseparáveis durante todo aquele Verão, vivem cada momento como se fosse único. Cada dia se sentem mais próximos e parece que nada os pode separar. Porém, com a chegada do Outono, tudo se altera...
O Primeiro Verão marca os primeiros anos da nossa vida: somos mais livres depois do nosso primeiro Verão, daquele que nos faz tomar as primeiras decisões, que nos dá tempo para sentir as coisas à nossa maneira, sem pressa. Este filme tem o tempo de umas férias de Verão passadas em trabalhos temporários, aulas de condução, passeios no rio e amores ingénuos. Isabel conhece Miguel e todos os dias se aproximam um pouco mais. No Verão as coisas têm um ritmo próprio e não é certo que a estação seguinte perpetue a leveza desses dias quentes e livres. Este primeiro filme de Adriano Mendes também tem essa ingenuidade, esse encanto do primeiro Verão, sob o sol dos longos passeios, quando nada pode correr mal. Mas a estação seguinte traz novas provações e é preciso saber cuidar dos amores de Verão.
Com realização e argumento de Adriano Mendes é um filme dramático sobre as dores do crescimento e a iniciação à vida adulta. Na edição de 2014 do IndieLisboa "O Primeiro Verão" recebeu o Prémio TAP - Melhor Longa-Metragem Portuguesa de Ficção e o Prémio Restart - Melhor Filme da Secção Novíssimos.
Documentário
Autor de "O Meu Irmão" (Prémio Leya 2014) e "Pão de Açúcar" (Prémio José Saramago 2019), Afonso Reis Cabral (Lisboa, 1990) percorreu os quase 739 quilómetros da Estrada Nacional 2, numa caminhada de 24 dias por aquela que é a maior estrada do país e uma das maiores do mundo.
Entre abril e maio de 2019, Afonso cruzou montanhas e planícies, mergulhou em rios, caminhou debaixo de tempestades e sob o sol ardente. Mas sobretudo parou para conversar com quem encontrava. No fim de cada dia, publicava na sua página de Facebook um diário escrito no telemóvel relatando os principais eventos da viagem. Com milhares de leitores, comentários e partilhas, os seus textos geraram grande entusiasmo.
Depois da obra "Leva-me Contigo" (Dom Quixote, 2019), a experiência do escritor na maior estrada do país ganha nova dimensão num documentário, realizado por João Pedro Félix e produzido por Vasco Galhardo Simões, que reúne filmagens inéditas do percurso e testemunhos das pessoas com quem se cruzou, bem como música original de CAIO.
Em contexto de pandemia, quando se incentiva cada vez mais o turismo nacional, trata-se de uma excelente oportunidade para descobrir o interior de Portugal, de Norte a Sul.
Série
Série espanhola em oito episódios que retrata a vida da atriz norte-americana Ava Gardner em Madrid, nos anos de 1960, através do olhar dos seus empregados. Um reflexo da vida madrilena na época da perseguição do franquismo.
Em Madrid, nos anos de 1960, Ana Mari (Inma Cuesta) é uma solteirona conservadora que ensina jovens raparigas a serem boas esposas e mães. Quando Ana Mari é convidada para trabalhar na vivenda de Ava Gardner, como espia do governo de Franco, ela não pensa duas vezes. Mas a proposta tem um pequeno problema. Ana tem de fingir que é casada com Manolo (Paco León), o motorista de Ava Gardner. Só que Manolo é o oposto de Ana: um despreocupado biscateiro e traficante que está sempre a tentar ganhar algum dinheiro extra. Para além disso, o estilo de vida liberal da atriz é contrário ao seu rígido código moral. Pelo que, Ana Mari está prestes a embarcar numa grande aventura, quer seja pelas festas intermináveis da estrela de Hollywood, que tiram o sono aos vizinhos, o ditador argentino Juan Perón e a sua mulher, recentemente exilados, ou pelas noitadas de Ava no "Dolce Vita", o mais badalado clube noturno de Madrid. No meio deste turbilhão, Ana Mari nem repara que ela própria está a mudar e, na realidade, está a ficar apaixonada pelo divertido e desmiolado Manolo!