Publicado em 15 Mar. 2025 às 14:50, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Estreias, Cinema Norte-Americano)
O clássico de Steven Spielberg que definiu o conceito de blockbuster de verão regressa numa homenagem global que inclui edições especiais e exposições.
O filme "Tubarão" ("Jaws"), realizado por Steven Spielberg, será relançado nas salas de cinema portuguesas a 28 de agosto, numa celebração que assinala o 50.º aniversário da estreia original, em junho de 1975. Marca incontornável na história do cinema como o primeiro "blockbuster de verão", continua a ser uma referência que influenciou gerações de cineastas e deixou uma marca indelével na cultura popular.
Produzido pela Universal Pictures e dirigido por Spielberg, então com apenas 26 anos, "Tubarão", baseado no romance de Peter Benchley, narra a missão perigosa de um biólogo marinho (Richard Dreyfuss) que se junta a um chefe de polícia (Roy Scheider) e a um caçador de tubarões (Robert Shaw), para eliminar um enorme tubarão-branco que ameaça a comunidade costeira de Amity Island.
O relançamento nos cinemas faz parte de quase um ano de celebrações conduzidas pela Universal e que inclui, entre outras iniciativas, uma edição de aniversário do filme em formato Digital e Blu-ray.
"Tubarão" revolucionou a indústria cinematográfica ao estrear em mais de 400 salas em 1975, uma distribuição excecionalmente ampla para a época, acompanhada por uma campanha publicitária massiva.
Na altura, o filme atraiu mais de 75 milhões de espectadores nos Estados Unidos, tornando-se um dos mais lucrativos de todos os tempos e consolidando o conceito de "blockbuster de verão", ainda hoje relevante.
Rodado de forma inédita em pleno Oceano Atlântico, ao largo do estado do Massachusetts, "Jaws" enfrentou os desafios colocados pelo estado do mar e problemas técnicos com os três tubarões animatrónicos criados pelo especialista Bob Mattey. Estas adversidades levaram Spielberg a reduzir a presença do tubarão em cena, o que, inesperadamente, aumentou o mistério e o impacto do monstro.
A banda sonora, composta por John Williams, tornou-se um fenómeno cultural com as suas notas minimalistas e ameaçadoras, valendo ao compositor o primeiro Grammy e o segundo de cinco Óscares.
Infelizmente, o sucesso do filme teve um impacto negativo na perceção pública dos tubarões ao alimentar um medo desproporcionado destas espécies marinhas. A representação do tubarão-branco como um predador implacável e assassino levou à caça indiscriminada e à demonização destes animais, essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas oceânicos. Especialistas em biologia marinha têm desde então criticado o filme por perpetuar mitos e dificultar esforços de conservação, apesar de tanto Spielberg como Peter Benchley, autor do romance, terem mais tarde defendido a proteção dos tubarões.