Publicado em 29 Set. 2021 às 10:44, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema, Estreias, Cinema Europeu)
A cineasta Julia Ducournau engendra uma história "salpicada de máquinas e metal" onde após uma série de crimes sem explicação, um pai se reúne ao filho desaparecido há 10 anos.
"Titane", da realizadora francesa Julia Ducournau, filme vencedor da Palma de Ouro na 74.ª edição do Festival de Cannes, chega às salas de cinema portuguesas a 7 de outubro.
"Para dar a 'Titane' a sua forma definitiva, concentrei-me na personagem de Vincent e na ideia de que através de uma mentira é possível dar vida ao amor e à humanidade". Quis fazer um filme que, pela sua violência, pudesse parecer 'desagradável' a princípio, mas que depois nos levasse a apegar-nos às personagens e, em última análise, a receber o filme como uma história de amor. Ou melhor, uma história sobre o nascimento do amor", diz a cineasta sobre a sua obra.
Mistura de subgéneros do cinema de terror, "Titane" conta com Vincent Lindon e Agathe Rousselle nos papéis principais para contar uma história "salpicada de máquinas e metal" onde após uma série de crimes sem explicação, um pai se reúne ao filho desaparecido há 10 anos.
Julia Ducournau começou a destacar-se em 2011, quando a sua curta-metragem "Junior" foi seleccionada para a Semana da Crítica, em Cannes, e ganhou o Prémio do Público no Festival Premiers Plans, em Angers. A sua primeira longa-metragem, "Raw", foi apresentada na Semana da Crítica de 2016 e ganhou o prémio da associação de críticos FIPRESCI. Foi ainda premiado em Toronto, Sundance e Sitges e teve distribuição mundial.
Sobre "Titane", o The New York Times escreveu que "funciona a níveis que nunca se veriam num filme de Hollywood". No Indiewire, qualificaram a realizadora de "visionária demente", mas com total controlo sobre a sua "mente selvagem". Já o Variety descreve-o como "um invulgar filme de monstros" e um cruzamento entre "Crash", de David Cronenberg, e os horrores uterinos de "Gozu", de Takashi Miike. Na imprensa francesa, o Le Monde considera "Titane" um "poderoso filme de género e transgénero" e Les Inrockuptibles afirma que Ducournau mandou "tudo às urtigas, as convenções, o bom-gosto, o plausível e o bem-estar".