Terror em Lisboa - Motelx com Brandon Cronenberg e homenagem a William Friedkin

De 12 a 18 de setembro, no Cinema São Jorge, a 17.ª edição do MOTELX promete algum do melhor do terror que se faz pelas cinematografias mundiais. O arranque dá-se com a exibição do francês "The Animal Kingdom", segunda longa-metragem de Thomas Cailley, protagonizada por Romain Duris. A viagem de um pai e do seu filho num país em estado de sítio, devastado por um vírus implacável que transforma humanos em animais. Na cerimónia de encerramento, a 17 de setembro, o caos volta a ser provocado por causas naturais, com o parisiense Just Philippot a apresentar "Acid", onde o egoísmo humano se revela num momento de pânico absoluto, assim que nuvens negras de chuva ácida invadem os céus de França.

As catástrofes com origem natural continuam na edição de 2023 do MOTELX com "Lovely, Dark, and Deep", uma produção portuguesa e americana, filmada em Portugal, com realização de Teresa Sutherland, fotografia de Rui Poças e, no papel principal, Georgina Campbell ("Barbarian").

Na secção Serviço de Quarto, que percorre os cinco continentes, vão estar: uma tensa odisseia pelo submundo violento da periferia de Casablanca, no marroquino "Hounds", de Kamal Lazraq; o novo delírio visual do realizador francês Bertrand Mandico, "Conann"; e o medieval "Irati", assente na história do País Basco, de Paul Urkijo Alijo.

Este cineasta espanhol regressa ao Festival para se encontrar com o público e junta-se ao rei do neo-noir de Bombaim, Anurag Kashyap, que apresenta o filme de gangsters "Kennedy". Também presente no Motelx estará Brandon Cronenberg, que vem mostrar a versão do realizador de "Infinity Pool".

Na mesma secção, uma forte representação da Coreia do Sul com "New Normal", "The Childe" e "Project Wolf Hunting", e de Hong Kong com "Yum Investigation", "Mad Fate" e "Detective vs. Sleuths".

Ao lado do português "A Semente do Mal", de Gabriel Abrantes, distinguem-se duas estreias mundiais na competição Méliès d"argent - Melhor Longa Europeia: a história de amor entre um jovem transportador de cadáveres e uma zombie em "The Funeral" (Turquia), de Orçun Behram, que apresenta o filme no Festival, e a caça às bruxas em "Hood Witch" (França), de Saïd Belktibia. O lituano "Pensive", de Jonas Trukanas, o britânico "Raging Grace", de Paris Zarcilla, o austríaco "Smother", de Achmed Abdel-Salam, e o dinamarquês "Superposition", de Karoline Lyngbye, completam a ementa da competição.

A secção Doc Terror apresenta "Mister Organ", de David Farrier ("Tickled"), "[REC] Horror Without a Pause", de Diego López, que aprofunda a herança de "[REC]", um clássico do terror espanhol, 15 anos após a sua estreia, e "We Kill for Love", uma obra definitiva e imperdível sobre a ascenção e queda do thriller erótico americano, dirigida e escrita por Anthony Penta.

A SectionX destaca mais uma longa-metragem: "Residency", de Winnie Cheung, uma delirante viagem punk DIY ao inferno, com apresentação da própria no Festival.

Para o último dia do festival, o MOTELX e o projeto FILMar celebram os 100 anos de "Os Olhos da Alma", de Roger Lion, com a banda sonora original e interpretada ao vivo por Surma, composta a pensar na ocasião. Um cine-concerto que acompanha o centenário do filme escrito e produzido por uma pioneira do cinema em Portugal, Virgínia de Castro e Almeida. A sessão integra um conjunto de 10 obras, entre longas e curtas-metragens, da secção Quarto Perdido, em colaboração com o projecto FILMar, executado pela Cinemateca Portuguesa.

A 17.ª edição do Motelx decorre entre 12 e 18 de setembro, no Cinema São Jorge.