"Sol Menor" e "Alișveriş" vencem Curtas Vila do Conde 2025

A curta-metragem "Sol Menor", de André Silva Santos, (alvo de nota positiva de Pedro Sesinando durante o festival) foi distinguida como o Melhor Filme da Competição Nacional na 33.ª edição do Curtas Vila do Conde - Festival Internacional de Cinema. Na decisão do júri, anunciada este sábado, destaca-se a "sensibilidade rara e a subtil construção emocional" da obra. Com esta vitória, "Sol Menor" assegura ainda a qualificação para o processo de seleção dos Óscares 2026, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Ficção, bem como a candidatura aos Prémios da Academia Europeia de Cinema e aos prémios Ibershorts do Festival de Cinema de Málaga.

Estreia de André Silva Santos na realização, "Sol Menor" acompanha o percurso de um professor de música que, entre aulas de flauta e o luto pela morte da mulher, é confrontado com um dilema após a visita do irmão.

Na Competição Internacional, o Grande Prémio foi atribuído ao romeno "Alișveriş", de Vasile Todinca, igualmente elegível para os Óscares. O júri evidenciou a capacidade do filme "em oferecer uma crítica perspicaz sobre o mundo contemporâneo, com um tom humorístico numa situação dramática". "Alișveriş" esteve anteriormente selecionado para a Semana da Crítica no Festival de Cannes, em maio.

O prémio de Melhor Animação foi para "World at Stake", dos austríacos Susanna Flock, Adrian Jonas Haim e Jona Kleinlein, distinguido pela abordagem "inteligente e precisa" do mundo através do desporto e dos videojogos. "Being John Smith", do britânico John Smith, conquistou o prémio de Melhor Documentário, sendo valorizado pela "fusão sensível entre o pessoal e o político". Em Melhor Ficção, venceu "What Mary Didn't Know", de Konstantina Kotzamani (França, Grécia, Suécia), elogiado pelo delicado retrato do desejo adolescente.

O Prémio do Público na competição internacional foi entregue a "Como si la tierra se las hubiera tragado", de Natalia León e na competição portuguesa a "Porque Hoje É Sábado", de Alice Eça Guimarães. A curta-metragem de animação, centrada numa mulher dividida entre as exigências da vida doméstica e o desejo de evasão, tornou-se ainda elegível para os prémios Ibershorts.

A Competição Experimental distinguiu "Daria's Night Flowers", de Maryam Tafakory, pelo olhar singular sobre o universo feminino, fragmentando convenções narrativas tradicionais. 

Na Competição Take One!, dedicada a escolas de cinema, "Homem", de Fábio Zilbermann Iuchno, foi o Melhor Filme, enquanto o prémio de Melhor Realização coube a Daniela Tietzen, Luana Rodrigues e Adriana Andrade, pelo projeto "Pelas Costuras". 

O Melhor Vídeo Musical foi "Good Morning", de Miguel Nicolau, para Memória de Peixe, e, na secção My Generation, venceu "Home Sweet Home", de Tiffany Deleuze.

Para além da competição, o Curtas Vila do Conde dedicou retrospetivas aos cineastas Whit Stillman (EUA) e Mahdi Fleifel (Palestina/Dinamarca), e estreou a mais recente curta de Maureen Fazendeiro, "Les Habitants". A programação incluiu ainda a apresentação de filmes como "Black Sun", "Motu Maeva" e a longa-metragem "Diários de Otsoga", correalizada com Miguel Gomes.

A 33.ª edição do Curtas Vila do Conde termina este domingo.