Cartaz de cinema

"Sirât", de Oliver Laxe, estreia em Portugal a 31 de julho

Publicado em 1 Jul. 2025 às 11:33, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Estreias, Cinema Europeu)

"Sirât", de Oliver Laxe, estreia em Portugal a 31 de julho

Filme premiado em Cannes chega às salas nacionais com uma história intensa passada no deserto do Saara.

A distribuidora Nitrato Filmes anunciou a estreia em Portugal de "Sirât", o mais recente trabalho do cineasta hispano-francês Oliver Laxe. O filme chega às salas de cinema nacionais a 31 de julho de 2025, após ter sido distinguido com o Prémio do Júri na competição oficial do Festival de Cannes deste ano.

"Sirât", uma coprodução entre Espanha e França, conta com interpretações de Sergi López, Bruno Nuñez, Stefania Gadda e Joshua Liam Herderson. Acompanha um homem e o seu filho na busca desesperada por Marina - filha e irmã - desaparecida há meses numa rave perdida nas paisagens áridas e desoladas do sul de Marrocos. Através de uma travessia física e espiritual, entre festas intermináveis e o silêncio esmagador do deserto, pai e filho confrontam os seus próprios limites numa derradeira tentativa de reencontro.

Rodado no deserto do Saara, "Sirât" foi a primeira entrada de Oliver Laxe na secção competitiva principal de Cannes, quinze anos após a sua estreia no festival com "Todos vós sodes capitáns", filme que lhe valeu o Prémio FIPRESCI (associação da crítica) na Quinzena dos Realizadores, em 2010. Em 2016, recebe o Grande Prémio da Semana da Crítica em Cannes por "Mimosas", rodado nas montanhas do Atlas. Depois de regressar à Galiza, filma "O Que Arde" que ganha o Prémio do Júri na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes em 2019.

Com "Sirât", o descendente de emigrantes galegos nascido em Paris em 1982, volta ao território marroquino onde filmou parte da sua carreira inicial.

O título remete para o conceito islâmico de ponte entre o inferno e o paraíso, evocando simultaneamente um percurso físico e interior. Nas palavras do próprio realizador, trata-se de "um caminho que obriga a morrer antes de morrer" e uma metáfora para a transformação radical vivida pelas personagens. 

Visual e sonoramente intenso, o filme distingue-se também pela colaboração com o compositor David Letellier, responsável por uma paisagem sonora que vai do techno abrasivo ao ambient contemplativo, em harmonia com as imagens em película de 16mm captadas por Mauro Herce.

"Sirât" é, segundo Laxe, o seu filme mais acessível e, simultaneamente, o mais duro e radical, uma experiência sensorial que pretende abalar, mas também curar. Um confronto com a morte e uma travessia através da dor, do abandono e, por fim, da esperança.