Publicado em 27 Mar. 2020 às 13:02, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Box office, COVID-19, Indústria cinematográfica)
A associação de exibidores diz que está em risco a sobrevivência do setor e pede medidas especiais.
As salas de cinema afirmam uma forte preocupação com a situação provocada pela crise de saúde pública. Encerradas desde meio de março, não têm possibilidade de gerar receitas, mas continuam a ter custos fixos com trabalhadores e rendas dos espaços que ocupam, maioritariamente em centros comerciais.
Numa carta aberta enviada quinta-feira ao Ministério da Cultura e ao Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), apelaram por medidas que evitem "a fragilização económica e o incumprimento das obrigações sociais, patrimoniais e fiscais".
A Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas (APEC) reclama que as medidas extraordinárias de apoio financeiro às empresas e trabalhadores decretadas recentemente, visam sobretudo o pagamento de salários e a manutenção de postos de trabalho. No caso dos Cinemas, explica a APEC, a situação é diferente por não ser possível o teletrabalho e por estar a atividade totalmente suspensa.
De acordo com dados da própria APEC, estão em causa dois mil postos de trabalho diretos. Estima a associação que os custos fixos mesmo com as salas fechadas possa ser de três milhões de euros por mês.
Ainda de acordo com a mesma fonte, as salas de cinema geram um volume de negócio perto dos 110 milhões de euros anuais - incluindo venda de bilhetes, área alimentar e outras fontes de receita.
Entre os desafios que o setor vai enfrentar no futuro, a APEC refere a necessidade de definir uma data de reabertura das salas, a necessidade de restaurar a confiança da população em ir a espaços públicos, e a concorrência das plataformas de streaming.