Publicado em 1 Jun. 2019 às 12:48, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Cinema Norte-Americano, Bastidores)
Elton John e os produtores estão furiosos com a atitude das autoridades russas.
As leis russas que proíbem a chamada "propaganda homossexual" obrigaram o distribuidor local a censurar cenas de "Rocketman" a fim de obterem licença para estrear o filme naquele país. Terão sido cortados cerca de cinco minutos que incluem beijos e atividades íntimas entre homens.
A supressão foi notada por jornalistas russos após o visionamento para a imprensa em Moscovo.
Elton John e a equipa de produção manifestaram desagrado numa declaração publicada sexta-feira onde dizem rejeitar "nos termos mais fortes, a decisão de ceder às leis locais e censurar 'Rocketman' para o mercado russo, uma medida que, até hoje, desconhecíamos. A Paramount Pictures tem sido uma parceira corajosa ao permitir-nos criar um filme que é uma representação real da extraordinária vida de Elton, verrugas incluídas. Que o distribuidor local tenha editado certas cenas, negando ao público a oportunidade de ver o filme como ele foi planeado, é um triste reflexo do mundo dividido em que ainda vivemos e como ele ainda pode ser cruel ao não aceitar o amor entre duas pessoas. Acreditamos na construção de pontes e no diálogo aberto e continuaremos a pressionar para pôr fim às barreiras até que todas as pessoas sejam ouvidas de forma igual em todo o mundo."
O estúdio mostrou apoiar a atitude do cantor e dos cineastas noutra declaração, mas lembrou a necessidade de cumprir as leis de cada mercado: "Estamos muito orgulhosos do filme que conta a história de Elton John da forma que ele a quis contar. Estreámos o filme sem cortes por todo o mundo, sem levar as classificações etárias em consideração mas, como qualquer estúdio, somos obrigados a cumprir as leis e requerimentos em certos locais onde o filme está a ser exibido".
Além da Rússia, também é certo que a China levantará sérios problemas à estreia de "Rocketman". No segundo maior mercado do mundo, o recente "Bohemian Rhapsody", bastante mais ligeiro na abordagem à sexualidade das personagens, sofreu cortes que eliminaram qualquer sugestão de que Freddy Mercury fosse gay.