"Regra 34" vence o Festival de Locarno

Júlia Murat, cineasta brasileira, recebeu hoje o Leopardo de Ouro, o mais importante prémio do Festival de Locarno, pela sua longa-metragem "Regra 34", sobre uma jovem negra que pagou o curso de Direito com o dinheiro ganho em sites de pornografia online e que tenciona trabalhar na defesa de vítimas de violência doméstica.

A realizadora agradeceu com apelos à defesa da democracia e recordou "Terra em Transe", de Glauber Rocha, o outro Leopardo de Ouro do cinema brasileiro, recebido em 1967, em plena ditadura militar.

Júlia Murat vence o festival suíço após "Histórias que Só Existem Quando Lembradas", estreado na Giornate degli autori em 2011, e "Pendular", vencedor do prémio FIPRESCI na secção Panorama da Berlinale em 2017.

Do palmarés desta 75.ª edição do festival suíço constam ainda "Gigi La Legge", de Alessandro Comodin, Prémio Especial do Júri, e "Tengo Sueños Eléctricos", de Valentina Maurel, prémio de melhor realização, melhor atriz, Daniela Marín Navarro, e melhor ator, entregue a Reinaldo Amien Gutiérrez.

Na segunda secção, Cineastas do Presente, dedicada a novos talentos, a vitória foi para "Nightsiren", da eslovaca Tereza Nvotová. "How Is Katia?", da ucraniana Christina Tynkevych, recebeu o Prémio Especial do Júri e o Leopardo para melhor atriz, entregue a Anastasia Karpenko, enquanto o prémio para melhor ator foi para Goran Marković pelo seu papel em "Safe Place", do croata Juraj Lerotić vencedor ainda do prémio de melhor realização e melhor primeira obra.

Nas curtas-metragens foram distinguidos o cubano "Soberane", de Wara, e "Big Bang", de Carlos Segundo.

O Grande Prémio da Semana da Crítica foi para o documentário "The Hamlet Syndrome", de Elwira Niewiera e Piotr Rosolowski.

"Stone Turtle", de Ming Jin Woo, da Malásia, venceu o prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema.

A 75.ª edição do Festival de Cinema de Locarno começou a 3 de agosto e termina este sábado.