Realizador iraniano Jafar Panahi deverá passar seis anos na prisão

Jafar Panahi, de 62 anos, ficará na prisão durante seis anos, afirmou hoje um porta-voz da justiça iraniana durante uma conferência de imprensa em Teerão. A pena foi proferida em 2010, num de vários processos que envolveram o cineasta pelas suas posições contra o regime teocrático que governa o Irão desde 1979, avança a imprensa francesa.

Vencedor dos festivais de Veneza em 2000, com "O Círculo", e Berlim, com "Táxi" (2015), melhor argumento em Cannes com "Três Faces" (2018), prémio Shakarov do Parlamento Europeu em 2012, Panahi é um dos cineastas iranianos mais conhecidos e internacionalmente respeitados.

Foi detido no Ministério Público de Teerão quando tentava obter notícias de outro cineasta premiado, Mohammad Rasoulof, detido desde 8 de julho com o também realizador Mostafa al-Hamad por denunciaram publicamente uma onda de detenções e a repressão violenta contra as manifestações de protesto no país. Rasoulof assinou ainda um documentário sobre a morte do artista Baktash Abtin, que morreu em janeiro após ficar doente com Covid. Suspeita-se que terá sido deixado para morrer pelas autoridades que demoraram a transferi-lo para um hospital.

Panahi foi enviado para prisão de Evin em Teerão, onde outros opositores do regime estão em condições precárias. Enfrenta desde 2010 uma proibição de 20 anos que o impedia de filmar, sair do país, ou expressar-se publicamente, e estava em liberdade condicional.

Por todo o ocidente são várias as vozes que se levantaram pedindo a sua libertação.