Cartaz de cinema

Protestos e queixas de blasfémia levam à retirada de filme dos cinemas britânicos

Publicado em 8 Jun. 2022 às 19:52, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Bastidores)

Protestos e queixas de blasfémia levam à retirada de filme dos cinemas britânicos

"The Lady of Heaven" sai de exibição após manifestações e acusações de blasfémia por grupos muçulmanos em cidades do Reino Unido.

O filme "The Lady of Heaven", sobre a filha do profeta Maomé, foi retirado das salas da rede de cinemas Cineworld, uma das maiores no Reino Unido, após incidentes envolvendo manifestantes muçulmanos que protestavam contra o filme e acusações públicas de blasfémia por individualidades da comunidade islâmica.

No jornal The Guardian lê-se que a Cineworld tomou a decisão de suspender a exibição do filme "devido a incidentes relacionados" e de forma a "garantir a segurança do nosso pessoal e dos nossos clientes".

O circuito de salas de cinema Showcase também deixou de exibir o filme, segundo notícia do Daily Mail. De acordo com o meio meio, só a Vue, outro exibidor britânico, mantém "The Lady of Heaven" em cartaz.

Primeira longa-metragem de Eli King, com argumento do clérigo Yasser Al-Habib, do Kuwait, "The Lady of Heaven" foi rodado em vários locais da Geórgia durante a segunda metade de 2019.

Estreou nas salas britânicas a 3 de junho, o mesmo fim de semana do Jubileu da rainha Isabel II.

Malik Shlibak, produtor executivo, defende o direito ao protesto, mas argumenta que as salas de cinema deveriam igualmente "defender o seu direito de mostrar filmes que as pessoas querem ver".

O filme começa por abordar a recente e violenta presença do ISIS no Iraque. Laith, uma criança iraquiana que acaba de perder a mãe, encontra um novo lar com uma mulher idosa que lhe conta a história de Fátima, a filha de Maomé.

A produção teve o cuidado de respeitar o costume islâmico e não retrata diretamente figuras ligadas à religião tendo, em alternativa, recorrido a efeitos de luz e outros recursos visuais.

Mesmo assim, chovem acusações de "sectarismo", "blasfémia", e de imprecisões ao retratar negativamente figuras importantes do Islão, tanto de setores chiitas como sunitas, tendo o Paquistão manifestado formalmente a sua oposição ao filme. Egipto e o Irão também baniram o filme.