Publicado em 9 Jul. 2021 às 10:51, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Cinema Português, Ciclos de cinema)
"Prazer Camaradas!", de José Filipe Costa - primeiro filme português a estrear depois da reabertura das salas, em maio, vai ser exibido ao ar livre em aldeias e vilas do concelho de Montemor-o-Novo, em julho e agosto.
Estão ainda previstas sessões em Braga, Vila do Conde, Tomar, Melgaço, Avanca, Funchal, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Famalicão.
De 9 de julho a 20 de agosto - numa colaboração entre a Uma Pedra no Sapato e o Cineclube & Filmoteca do Município de Montemor-o-Novo - o filme será exibido em Ciborro, São Geraldo, Foros de Vale de Figueira, São Cristóvão, Cabrela, Silveiras e Santiago do Escoural.
Todas as sessões às 21h30.
Em 1975, após a revolução de abril, uma mulher e dois homens - Eduarda Rosa, João Azevedo e Mick Geer - viajam da Europa do Norte para trabalharem nas cooperativas das herdades ocupadas no Ribatejo. Como muitos outros, ajudam nas actividades rurais e pecuárias, dão consultas médicas, aulas de planeamento familiar, mostram filmes de educação sexual e participam nos bailes tradicionais. Vêm fazer a revolução sexual, abalando as velhas certezas de quem viveu tanto tempo em ditadura: como convivem homens e mulheres nas aldeias do Ribatejo? Por que é que as mulheres têm de ir virgens para o casamento? Por que é que só os homens têm direito ao prazer sexual?
Tendo estreado mundialmente no festival de Locarno, e com ante-estreia nacional, no Doclisboa e estreia nacional a 20 de maio, em "Prazer, Camaradas!" - entre a ficção e o documentário - são abordados, de uma forma bem humorada, criticados e satirizados alguns comportamentos e valores do passado e impõe-se a igualdade entre homens e mulheres. Comportamentos estes que exercem um grande impacto na vida quotidiana como, por exemplo, a divisão das tarefas domésticas ou a violência exercida pelos homens sobre as mulheres. Em contraste, "Prazer, Camaradas!" mostra outra perspectiva da vivência da sexualidade, menos conservadora e mais centrada no papel – até aí bastante submisso – das mulheres.