Cartaz de cinema

Poesia e cinema documental em Oeiras

Publicado em 24 Mai. 2021 às 17:25, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Cinema Português, Ciclos de cinema)

Poesia e cinema documental em Oeiras

"Cine-Poesia" é um ciclo de documentários sobre poetas da língua portuguesa a ter lugar em junho no Auditório Maestro César Batalha, em Oeiras, inserido no festival Map - Mostra De Artes Da Palavra.

Poesia e o cinema juntam-se num ciclo que decorre de 9 a 13 de junho, no Auditório Maestro César Batalha, em Oeiras, anunciou hoje a organização. Uma mostra que integra o Map - Mostra De Artes Da Palavra, inserindo-se num conjunto de iniciativas de promoção da candidatura de Oeiras à Capital Europeia da Cultura 2027

Na programação encontram-se referências às vidas e obras de nomes como Mário Cesariny, ou Luiz Pacheco, com incursões aos mundos literários de Brasil e Cabo Verde, através de um misto de documentários e programas feitos para televisão.

9 de junho

 

17h00

Autografia (Mário Cesariny) De Miguel Gonçalves Mendes

2004, Portugal

Realização: Miguel Gonçalves Mendes

Elenco: Mário Cesariny, Henriette Cesariny de Vasconcelos

Produtora: JumpCut

Com este documentário pretende-se retratar não o poeta e pintor Mário Cesariny, mas sim a sua vida, o seu percurso e a sua individualidade. Como espaço de acção privilegiou-se o seu quarto, por ser este actualmente a base da sua criação e da sua intimidade. É aqui que resiste tudo o que não se perdeu. Sendo este um trabalho que vive sobretudo das questões colocadas (ausentes) e das respectivas respostas, optou-se por assumir como fio condutor um dos seus poemas - "autografia" - que servirá de mote, através da sua análise para as questões intencionadas, para que o filme assuma um carácter intimista, estabelecendo-se um diálogo entre quem o vê e quem é retratado. Neste documentário/registo existem vários planos: o de análise do poema; o das respostas; o do seu trabalho (exposto na sua intimidade) e o da nossa própria interpretação; uma espécie de respigar/reciclar de citações e de conteúdos que acabam por nos permitir uma apropriação de Mário Cesariny.

 

19h00

Luiz Pacheco - Mais um Dia de Noite

2005, Portugal

Realização António José de Almeida

Direcção geral: Telma Teixeira da Silva

Produtora: Panavideo para RTP

"Luiz Pacheco é um paradoxo de duas pernas". Esta é apenas uma das definições atribuídas ao homem, escritor, editor e crítico literário. Ao longo de 58 minutos ouve-se o testemunho do próprio Luiz Pacheco e daqueles que com ele conviveram. José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vítor Silva Tavares e os próprios filhos, entre outros. Falam da sua experiência e da sua opinião acerca de um homem que está longe de gerar consensos. Episódios únicos, relatados na primeira pessoa, com frontalidade, humor e emoção, intercalados com a representação dos seus próprios textos.

 

10 de junho

 

17h30

Manuel António Pina - Um sítio onde pousar a cabeça

2011, Portugal

Autoria: Alberto Serra

Realização: Ricardo Espírito Santo

Produtora: Terra Líquida

Do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, Manuel António Pina, poeta, romancista, cronista, escritor de livros infantis, disse muito sobre o mundo, a poesia, a ciência, as pessoas, os gatos. Licenciado em Direito, fez do jornalismo o seu ofício. Foi um dos mais reconhecidos cronistas da imprensa portuguesa. Tem dezenas de livros publicados. Venceu muitos prémios, entre os quais o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e, honra maior, o prémio Camões. Dotado de um refinado sentido de humor, Manuel António Pina foi um extraordinário contador de histórias, um sábio, como lhe chamavam os amigos. Neste documentário, "Um Sítio Onde Pousar a Cabeça", Manuel António Pina revela-se na primeira pessoa, com testemunhos de amigos, familiares e especialistas da sua obra. Admirado pelo anónimo homem da rua - as crónicas diárias de Manuel António Pina não deixavam ninguém indiferente; reconhecido pelos seus pares, que salientam a singularidade da obra e o cunho profundamente humanista do seu carácter, este documentário procura desvendar o "universo Pina" através de uma narrativa audiovisual que abarca a poesia, crónica, a literatura para crianças e o teatro. "O País das Pessoas de Pernas Para o Ar", título de um dos seus primeiros livros, ilustra bem a postura do homem e do escritor que mudou a narrativa das histórias para crianças, tornando-se, ao mesmo tempo, um dos nomes mais importantes da Poesia contemporânea portuguesa.

 

19h00

Ferreira de Gular, O Canto e a Fúria

1994, Brasil

Realização: Zelito Vianna.

Elenco: Ferreira Gullar.

Produtora: Mapa Filmes

"O Canto e a Fúria", documentário em vídeo com depoimentos de Ferreira Gullar, direção de Zelito Viana, 1996. Sempre no mesmo cenário, Gullar fala de todas as fases da sua obra: conta casos engraçados como o fracasso do "poema enterrado", criado com Hélio Oiticica; explica a opção que fez pela poesia política no início dos anos 60; e ainda lê alguns dos seus poemas preferidos.

 

11 de junho  

17h00

Cruzeiro Seixas – As Cartas do Rei Artur

2018, portugal

Realização: Cláudia Rita Oliveira

Produção: Miguel Gonçalves Mendes

Produtora: JumpCut

Cruzeiro Seixas existe num labirinto onde todos os caminhos levam a Mário Cesariny. Subjugado por esta obsessiva relação, Cruzeiro Seixas não viveu, mas deixou documentos desse não viver: 95 anos de pintura e poesia à espera de um reconhecimento maior ao lado de outros autores surrealistas.

 

19h00

Eugénio Tavares – Coração Criolo

2010, Cabo Verde

Realização Júlio Silvão Tavares

Autoria: Júlio Silvão/Nuno Rebocho

Produtora: Silvão Produções Filmes

"A Ilha, o Mar, o Amor" – a trilogia conceptual de Eugênio Tavares. A Ilha é um limite – geográfico, físico, o que existencialmente o retém. Enquanto o Mar pressupõe algo para lá dele, o infinito, o outro, o sem limite – a esperança. Entre a Ilha e o Mar, a tensão e o Amor: o Amor é a ultrapassagem do limite, o caminho para a Liberdade. É o vento que devassa a Ilha e arrepia o Mar, definindo o Infinito.

 

12 de junho

 

16h00

Jorge de Sena, - Escritor Prodigioso

2005, Portugal

Realização: Joana Pontes

Participação: Mécia de Sena, Fernando Lemos, Helder Macedo, José Saramago, José-Augusto França, Eduardo Lourenço, João Bénard da Costa

Produção: Catarina Alves Costa para Laranja Azul

"O filme "Escritor Prodigioso" é um documentário sobre a vida do poeta e romancista Jorge de Sena. Pela voz da sua mulher, Mécia, e dos seus amigos, na sua casa de Santa Bárbara na Califórnia, vai cruzar-se a sua vida de escritor, pai de família, professor e português exilado, com a obra que deixou e com as memórias do tempo em que viveu."

 

17h30

Natália Correia - A Senhora da Rosa

Portugal, 1999

Autoria e realização. Teresa Tomé

Produção: RTP AÇORES

"A Senhora da Rosa", chamou-lhe Manuel Alegre e falava de Natália Correia. Uma rosa de amor e morte de uma poetisa que não aceitava a ditadura da razão e da perceção redutora dos cinco sentidos. Ela era mais que isso, era a pitonisa, a vestal iluminada, uma máquina de passar vidro colorido, como disse Mário Cesariny, referindo-se à sua dimensão cromática. Um documentário que nos leva ao encontro de Natália Correia, seguindo um caminho que ela própria traçou: "A partir de agora, se alguém me quiser encontrar, procure-me entre o riso e a paixão."

O documentário da RTP-Açores, é uma obra de carácter biográfico, sobre a vida e obra literária e poética de Natália Correia, sobre a influência dos Açores na sua vida e da sua vivência em Lisboa.

 

19h00

Herberto Helder - Meu Deus Faz com que Eu Seja Sempre um Poeta Obscuro

2007, Portugal

Realização António José de Almeida

Direcção geral: Telma Teixeira da Silva

Produtora: Panavideo para RTP

Como fazer um documentário biográfico sobre um autor quando ele fecha todas as portas e impede os outros de falarem sobre si? Das 29 pessoas convidadas, 17 recusaram falar. Foi deste ponto que partimos para fazer o documentário "Herberto Helder – Meu Deus faz com que eu seja sempre um poeta obscuro". "Nada há mais apaziguador que ter falhado em todos os lados da biografia", uma frase que ajuda a compreender o percurso de um autor que deu a última entrevista em 1968 e que "se estava nas tintas" para a divulgação da sua obra.

 

13 de junho  

 

16h00

Sophia de Mello Breyner - O Nome das Coisas

2007, Portugal

Realização: Pedro Clérigo

Direcção geral: Telma Teixeira da Silva

Produtora: Panavideo para RTP

Um documentário produzido e realizado pela Panavideo para a RTP 2 com testemunhos de quem com conviveu com a poetisa e também de quem, com a necessária distância, consegue analisar a dimensão da sua obra, este documentário dá a conhecer aquela que é considerada por muitos como uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX. Como ela própria afirmou… "eu posso dizer que escrevo para transformar o mundo. Eu penso que a poesia deve transformar o mundo!"

 

17h30

David Mourão-Ferreira - Duvidávida

2006, Portugal

Realização António José de Almeida

Direcção: Jorge Wemans

Produtora: Panavideo para RTP

"Duvidávida", um documentário sobre a vida e obra de David Mourão-Ferreira, emitido na RTP2. Poeta, ficcionista, ensaísta, professor, divulgador, tradutor e dramaturgo. Este documentário dá a conhecer passagens da sua vida, episódios caricatos, outros dramáticos, testemunhos de quem o conheceu de muito perto e testemunhos de quem, com a distância necessária, consegue avaliar a dimensão da sua obra... Múltiplos retratos de um homem que, acima de tudo, amava a vida. Como ele próprio escreveu "Que dúvida Que dívida Que dádiva/ Que duvidávida afinal a vida". Com testemunhos de Vasco Graça Moura, João Lobo Antunes, Urbano Tavares Rodrigues, Eugénio Lisboa, Maria Barroso, entre outros.

 

19h00

"Tomai Lá do O'Neill"

Portugal, 2004

52 min

Realização: · Fernando Lopes

Produção: Pop Fiction

Com a participação de: Afonso O'Neill; Antonio Tabucchi; Gérard Castello Lopes; Helmut Wohl; João Botelho; Mário Cesariny de Vasconcelos; Rogério Jacques e Rui Morrison. Nas palavras do realizador: Trata-se de um tributo pessoal. Não uma biografia, muito menos uma análise crítica da obra poética de Alexandre O"Neill. Isso está feito e refeito. Tratam-se, sobretudo, das vivências criativas, sentimentais e afectivas de um poeta, um dos maiores do nosso século XX, com quem tive o privilégio de conviver (e viver as aventuras da vida, mesmo se, como disse O"Neill, "a aventura acaba sempre numa pastelaria").