Cartaz de cinema

Paul Verhoeven fala sobre o seu próximo filme "Young Sinner"

Publicado em 4 Jul. 2025 às 19:32, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Primeiro olhar, Cinema Europeu)

Paul Verhoeven fala sobre o seu próximo filme "Young Sinner"

Numa entrevista de rádio à France Inter, o cineasta neerlandês adiantou informação sobre o thriller que mistura erotismo, política e espionagem.

Numa entrevista à estação de rádio France Inter a propósito do lançamento das suas memórias em França, Paul Verhoeven, o realizador de "Instinto Fatal" e "Starship Troopers", revelou alguns detalhes do seu próximo filme, intitulado "Young Sinner". 

Descrito como uma obra política, centra-se numa personagem cristã evangélica com forte inclinação para o prazer sexual. "Young Sinner" decorre em Washington D.C. e é apresentado como um thriller erótico com elementos de espionagem onde um funcionário ao serviço de um influente senador se vê envolvido numa rede de intrigas internacionais. 

"Young Sinner" reúne Verhoeven com o argumentista Edward Neumeier, com quem colaborou em "RoboCop". Anunciado em 2021, "Young Sinner" ainda não obteve financiamento, mas o cineasta de 86 anos mantém-se determinado em concretizar a obra, segundo a mesma entrevista.

Verhoeven começou a carreira nos Países Baixos, onde ganhou notoriedade com filmes como "O Soldado da Rainha" (1977). A mudança para Hollywood nos anos 80 resultou em sucessos como "RoboCop" (1987), uma sátira violenta ao capitalismo e à militarização das forças da ordem, e "Total Recall" (1990), a aventura de ficção científica com Arnold Schwarzenegger. No entanto, foi com "Instinto Fatal" que Verhoeven conseguiu o seu maior êxito de bilheteira em Hollywood.

Dois fracassos com "Showgirls" (1995) e "Starship Troopers" (1997) levaram Verhoeven a regressar à Europa, onde dirigiu "Livro Negro" (2006), um drama de guerra, e "Elle", que valeu uma nomeação para o Óscar à atriz Isabelle Huppert. O seu trabalho mais recente, "Benedetta", estreado na competição do Festival de Cannes, voltou a dividir opiniões pela abordagem explícita à sexualidade e religião, reforçando o seu estatuto de cineasta que desafia convenções.