Cartaz de cinema

"O Síndrome do Vinagre" por Samuel Andrade
O Arquivo da Semana: no centenário de Montgomery Clift

Publicado em 17 Out. 2020 às 09:00, por Samuel Andrade, em Opinião, Notícias de cinema (Temas: Síndrome do Vinagre)

O Arquivo da Semana: no centenário de Montgomery Clift

Ator de natureza sensível dentro e fora dos ecrãs, o protagonista de "Um Lugar ao Sol" e "Os Inadaptados" celebraria hoje 100 anos de vida.

Nascido a 17 de outubro de 1920, no estado do Nebraska, Montgomery Clift iniciou o seu percurso artístico, ainda muito jovem, em produções da Broadway. Aos 25 anos, mudou-se para Hollywood, protagonizando uma carreira no grande ecrã que o converteria, com Marlon Brando ou James Dean, num dos principais rostos do que ficou conhecido como O Método de Interpretação Para o Ator.

Ao longo das décadas de 1940 a 1960, Montgomery Clift integrou o elenco de títulos como "Rio Vermelho" (1948, de Howard Hawks e Arthur Rosson), "Um Lugar ao Sol" (1951, de George Stevens), "Confesso!" (1953, de Alfred Hitchcock), "Até à Eternidade" (1953, de Fred Zinnemann), "Bruscamente no Verão Passado" (1959, de Joseph L. Mankiewicz) ou "Os Inadaptados" (1961, de John Huston). Nestes filmes, ficou não só patente todo o seu talento em frente das objetivas, como a intensidade que conferia a cada papel e à qual nenhum espectador conseguiu permanecer indiferente.

Os detalhes da sua vida pessoal, marcada por um grave acidente de viação em 1956 (do qual nunca recuperou física e emocionalmente), pela amizade incondicional com Elizabeth Taylor, dependência de álcool e analgésicos, uma bissexualidade nunca assumida e por um temperamento descrito como "autodestrutivo", conferiram-lhe a aura de intérprete inadaptado, delicado e, em suma, de pura "angústia cinematográfica".

Viria a falecer em 1966, com apenas 45 anos, na sua residência em Nova Iorque, vítima de ataque cardíaco.

Para assinalar os 100 anos do nascimento de Montgomery Clift, o Arquivo da Semana recorda o ator em cinco momentos que preservaram, pública e intimamente, a imagem do ator.

De autor desconhecido, este curto filme captou, em 1950, a chegada de Montgomery Clift a Havana, para desfrutar de um

(fonte: Jorge Molina)

A 13 de janeiro de 1963, Montgomery Clift foi entrevistado para o "Hy Gardner Calling", um influente programa de cariz jornalístico. Recostado numa cadeira de embalo, e sendo visível a debilidade física que marcou os seus últimos anos de vida, o ator confessa as neuroses e aspirações, revelando uma erudição desconhecida para muitos.

(fontes: Marilyn Gardner / WOR-TV)

Como convidado-mistério do popular concurso "What's My Line?", em 1963. Os concorrentes, de olhos vendados, tinham de adivinhar a identidade desse mesmo convidado, através de um limitado número de perguntas. E no caso de Montgomery Clift, como se pode ver neste arquivo, não foram necessárias muitas questões para se chegar à resposta correta.

(fontes: CBS / Mark Goodson-Bill Todman Productions)

A vida de Montgomery Clift foi o tema deste documentário, produzido em 1983 e integrado numa série que destacava a biografia dos "rebeldes de Hollywood". Para além dos inúmeros testemunhos de quem conviveu e trabalhou com o ator, esta hora e meia de filme congrega, igualmente, diversos momentos seus preservados pelas imagens em movimento.

(fonte: Ciak Studio '88)

Por ocasião de uma retrospetiva que o Turner Classic Movies lhe dedicou, em 2016, o canal norte-americano emitiu este tributo a Montgomery Clift, pela voz da sua eterna amiga Elizabeth Taylor.

(fonte: Turner Classic Movies – TCM)