Cartaz de cinema

"O Síndrome do Vinagre" por Samuel Andrade
O Arquivo da Semana: Memórias do Campeonato Europeu de Futebol

Publicado em 11 Jun. 2021 às 19:45, por Samuel Andrade, em Opinião, Notícias de cinema (Temas: Síndrome do Vinagre)

O Arquivo da Semana: Memórias do Campeonato Europeu de Futebol

Das origens do torneio até aos seus acontecimentos mais recentes, uma visita à história do Euro pelas imagens em movimento.

Organizado desde 1960, por iniciativa do primeiro secretário-geral da UEFA, Henri Delaunay, o Campeonato Europeu de Futebol – ou o "Euro" – é um dos torneios desportivos mais mediáticos da atualidade. Apesar de não ter um impacto sócio-económico com a mesma dimensão, por exemplo, do Campeonato do Mundo da FIFA, ou dos Jogos Olímpicos, a mobilização dos adeptos e a extensa cobertura televisiva em torno dos jogos do Euro (sobretudo, entre as nações representadas) é prova da emoção que a competição gera.

No dia em que se assinala o arranque da 16.ª edição do Euro, o Arquivo desta semana resgata alguns dos momentos que, desde a década de 1960, marcaram o torneio, e observar, nesse processo, a própria evolução histórica e técnica do desporto.

A 10 de julho de 1960, o Parque dos Príncipes, em Paris, acolheu a final do primeiro Campeonato Europeu de Futebol. Com direito a prolongamento, a União Soviética derrotou a Jugoslávia por 2 a 1, sendo este, até à presente data, o único grande troféu ganho pela URSS e a sua sucessora, a Rússia, em competições de futebol sénior masculino. Graças aos arquivos da UEFA, é possível visualizar na íntegra a final inaugural dos Euros.

 

Na gíria futebolística, um "penalty à Panenka" – ou "cavadinha", como denominado no Brasil – é uma técnica usada na marcação de grandes penalidades, onde em vez de se chutar a bola em trajetória direta à baliza, aplica-se um toque subtil na parte inferior da bola, fazendo com que esta suba e caia já depois da linha de golo. Antonin Panenka, no Euro de 1976 e durante a meia-final que opôs a sua seleção da Checoslováquia à República Federal da Alemanha, terá sido o primeiro jogador a recorrer ao "truque", num célebre momento de inspiração que, desde então, já foi imitado por atletas como Lionel Messi, Zinedine Zidane ou o avançado português Hélder Postiga.

 

Em 1984, 32 anos antes do título conquistado em 2016, a seleção portuguesa assinalava a sua estreia nos Campeonatos da Europa. "Os Patrícios" (tal como a equipa ficou conhecida) chegaram às meias-finais do torneio, soçobrando perante a França, por 3-2 após prolongamento, num jogo de resultado incerto até ao último minuto e que se tornou numa das partidas mais eletrizantes alguma vez disputadas num Euro.

 

Na final do Euro 1988, onde a Holanda se sagrou campeã europeia com uma vitória por 2 a 0 sobre a URSS, Marco van Basten assinou aquele que é, para adeptos e jornalistas desportivos, o melhor golo de sempre na história da competição. De ângulo quase impossível e, após um cruzamento de Arnold Mühren, sem deixar a bola cair no chão, o remate de Van Basten foi, simultaneamente, inesperado (a reação do guarda-redes soviético ao golo é eloquente), possante e vitorioso.

 

No historial do Euro de Futebol, nenhuma edição foi tão influenciada pelas transformações políticas do "Velho Continente" como a de 1992: a Alemanha entrou em campo reunificada, a dissolução da União Soviética ditou a criação da "Seleção de Futebol da Comunidade dos Estados Independentes" (dado que a URSS se tinha qualificado para o torneio) e a Jugoslávia, devido aos conflitos armados que grassavam então no país, viu o seu apuramento anulado pela UEFA. Assim, procedeu-se à repescagem da Dinamarca, a qual, contra todos os prognósticos, foi campeã da Europa, batendo na final, aqui recordada com locução da televisão dinamarquesa, a poderosa seleção alemã com dois golos sem resposta.