Publicado em 30 Abr. 2021 às 18:39, por Samuel Andrade, em Notícias de cinema, Opinião (Temas: Síndrome do Vinagre)
Cinco momentos, filmados durante o século passado, para celebrar um dos géneros mais consagrados na história da música.
Celebrado anualmente a 30 de abril desde 2011, por iniciativa da UNESCO e do pianista Herbie Hancock, o Dia Internacional do Jazz pretende "sublinhar o jazz e o seu papel diplomático na união de pessoas em todos os cantos do globo", reunindo comunidades, artistas, historiadores e entusiastas no sentido da celebração e aprendizagem do passado, futuro e influência mundial deste género musical.
Assim que as imagens em movimento começaram a captar e reproduzir som, o jazz adquiriu um lugar de relevo na produção cinematográfica ao longo do século XX: o género conquistou espaço privilegiado no alinhamento de bandas sonoras, o documentarismo concentrou atenção aos seus artistas e a televisão dispôs recursos à sua sonoridade. É por essas realidades que, no Dia Internacional do Jazz, o Arquivo "vagueia" esta semana.
Desde a introdução do cinema sonoro, o jazz construiu uma estrita relação com as imagens em movimento; basta recordar como, em 1927, o filme "O Cantor de Jazz" tornou-se no primeiro sucesso de bilheteira exibido em Vitaphone. Nesse âmbito, "King of Jazz", ambiciosa produção musical para a sua época, foi pioneiro na gravação da banda sonora antes das filmagens e um dos primeiros títulos processados em Technicolor. O esplêndido restauro fílmico, levado a cabo em 2018 pela Criterion Collection, permite redescobrir todo o primor técnico do filme – e esta sequência, dedicada ao tema "Happy Feet", do compositor Milton Ager, é disso perfeito exemplo.
(Fontes: Universal Pictures / Criterion Collection)
Com um "elenco" formado por quase vinte músicos, encabeçado por Dizzie Gillespie (trompetista norte-americano e uma das figuras de relevo no desenvolvimento do bebop) e a cantora Helen Humes, o documentário "Jivin' in Be-Bop" apresenta, "alto e bom som", a variedade de estilos que populavam o jazz até meados da década de 1940.
(Fonte: Alexander Productions)
Produzido para a CBS, "The Sound of Miles Davis" foi, segundo os parâmetros do documentário televisivo, uma das primeiras ocasiões em que Miles Davis deu a conhecer, ao público norte-americano, a presença, o talento e a mestria de um dos mais celebrados artistas de jazz a nível internacional. Ao lado de músicos como John Coltrane e Jimmy Cobb, Miles Davis protagoniza uma interpretação do tema "So What".
(Fonte: Columbia Broadcasting System – CBS)
Documentário realizado por Edward Bland, "The Cry of Jazz" é, atualmente, um exemplo pioneiro e influente do cinema de temática afro-americana. Cruzando imagens da vida musical dos bairros de Chicago, conversas sobre as origens do jazz e interpretações do músico Sun Ra, o filme foi, em 2010, selecionado para preservação pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América.
(Fontes: Library of Congress / KHTB Productions)
Hoje denominado de EDP Cool Jazz, o Festival de Jazz do Estoril é, desde 1971 e com a designação genérica "Cascais Jazz", um dos principais eventos dedicados ao género em Portugal. Ao longo de cinco décadas, os seus palcos acolheram artistas como Ornette Coleman, Miles Davis, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk e Art Blakey. Dos arquivos da RTP, recordamos a edição de 1975, com imagens dos bastidores do festival, breves interações com Karin Krog e Charlie Mingus e, no fim, um curioso e revelador momento de como se fazia a cobertura jornalística de um festival de música.
(Fonte: Rádio e Televisão de Portugal – RTP)