Publicado em 12 Out. 2022 às 11:23, por filmSPOT, em Notícias de televisão e séries (Temas: Indústria cinematográfica, Bastidores)
A chegada dos planos de subscrição com publicidade obriga a empresa a assumir uma posição mais transparente.
A Netflix deu um passo para aumentar a confiança nas suas audiências ao integrar o sistema oficial de medição no Reino Unido.
O British Audience Ratings Board, ou BARB, foi criado em 1981 por anunciantes, canais e agências de publicidade. Apesar das mudanças no cenário desde então, com a chegada do cabo e, mais recentemente, das plataformas que fornecem conteúdo a partir da Internet, o objetivo foi sempre o mesmo - fornecer dados credíveis e independentes sobre quantas pessoas vêem cada programa de televisão.
É a partir desses números que se faz o planeamento e a compra de campanhas publicitárias e, mais tarde, a avaliação dos seus resultados.
Os dados de audiência são obtidos a partir de duas vias. Por um painel de famílias seleccionadas por geografia, demografia e plataformas de televisão, de forma a espelharem todo o país, e pelos dados anónimos recolhidos dos aparelhos eletrónicos de distribuição de conteúdos.
O Reino Unido passa a ser o primeiro país onde a Netflix aceita deixar medir as suas audiências por uma agência de auditoria independente.
Líder no setor do streaming, a Netflix mantém os seus números em segredo - até dos realizadores e produtores que lhes fornecem as séries e filmes - com poucas excepções e sempre numa perspetiva promocional. Com a chegada breve dos novos planos de subscrição com publicidade, a empresa de streaming vê-se obrigada a abrir mão desse secretismo e partilhar o que realmente se passa com os novos parceiros, pouco atreitos a investir sem saber o que compram.
É provável que o exemplo se reproduza a breve trecho noutros países e que, seja possível ter um retrato amplo e mais exato dos hábitos de consumo no setor.