Cartaz de cinema

Morreu Peter Bogdanovich, um senhor cinéfilo

Publicado em 6 Jan. 2022 às 19:05, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)

Morreu Peter Bogdanovich, um senhor cinéfilo

O realizador, ator, argumentista e historiador de cinema morreu na sua casa em Los Angeles aos 82 anos.

Peter Bogdanovich, realizador de filmes como "A Última Sessão", ou "Lua de Papel", morreu na noite de quinta para sexta-feira, na sua casa em Los Angeles, de causas naturais. Tinha 82 anos.

Uma das faces da chamada "Nova Hollywood", que veio renovar o cinema norte-americano a partir de meados dos anos 60, começou por ser um cinéfilo convicto, programador e crítico influenciado pelos franceses dos Cahiers du Cinema e da Nova Vaga. O exemplo francês levou-o a seguir as pisadas de Truffaut, Chabrol, ou Godard. Em 1966 mudou-se para Los Angeles em busca de uma oportunidade como realizador. Foi Roger Corman, cineasta e produtor especializado em filmes de terror e ficção científica de baixo orçamento, o primeiro a estender-lhe a mão. Com ele fez um pouco de tudo e aprendeu os aspetos práticos do cinema.

Em 1968, assinou a primeira longa-metragem, "Targets", para a produtora de Corman, a história de uma antiga estrela do cinema de terror (interpretado por Boris Karloff, pois claro) e de um antigo soldado que decide disparar indiscriminadamente sobre um grupo de transeuntes. O sucesso mais alargado chegou em 1971 através de "A Última Sessão", com Jeff Bridges, Ellen Burstyn e Cybill Shepherd, um relato desencantado da vida numa pequena cidade que valeu oito nomeações para os Óscares (com dois triunfos para os secundários).

Seguiram-se filmes como "Lua de Papel" (1973), "Daisy Miller" (1974), "Noites de Singapura" (1976), ou "Máscara" (1985). Em 1990 regressou às personagens de "A Última Sessão" com a sequela "Texasville" com grande parte do elenco original. Assinou a última longa-metragem, a comédia "Ela é Mesmo o Máximo" (She's Funny That Way), em 2014.

Além da sua obra cinematográfica, Bodganovich deixa também um legado de paixão pelo cinema e de interesse pela sua história, sobretudo pela era clássica de Hollywood do qual o documentário "Directed by John Ford" (1971) será o maior, mas de forma alguma o único, exemplo.