Cartaz de cinema

Morreu o ator francês Michel Piccoli

Publicado em 18 Mai. 2020 às 13:25, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)

Morreu o ator francês Michel Piccoli

O ator francês tinha 94 anos, trabalhou em diversas ocasiões com o português Manoel de Oliveira e ficou conhecido pelos papéis no filmes de Luis Buñuel e Jean-Luc Godard.

Michel Piccoli, ator e realizador francês de 94 anos morreu a 12 de maio, anunciou esta segunda-feira fonte da família citada na imprensa francesa. Teve uma longa carreira no cinema, teatro e televisão que atravessou oito décadas, com início nos anos 40 do século XX prolongando-se até 2015.

Entre os seus desempenhos destacam-se os seis filmes com o realizador Luis Buñuel, incluindo "Belle de Jour" (1967), ao lado de Catherine Deneuve. Foi ainda protagonista de "O Desprezo" (1963) e "Paixão" (1982), de Jean-Luc Godard. Trabalhou também com cineastas como Marco Ferreri ("Dillinger Morreu", de 1969, e "A Grande Farra", de 1973); Jacques Rivette ("A Bela Impertinente", de 1991) e entrou mesmo num dos thrillers de Alfred Hitchcock ("Topaz", de 1969).

Esteve ainda presente em três obras do realizador português Manoel de Oliveira, "Vou para casa", "Party" e "Belle Toujours".

Do lado detrás das cameras, Piccoli assinou três longas a solo: "E Então" (1997), "The Black Beach" (2001) e "C'est pas tout à fait la vie dont j'avais rêvé" (2005).

Paulo Branco, que produziu as três incursões de Piccoli como realizador, recorda-o dizendo:

É com imensa tristeza que lamento a morte de Michel Piccoli, esse "monstro" do cinema, esse actor único. Acima de tudo, partiu um grande amigo. Uma pessoa com quem partilhei a amizade, algumas discussões, muitos risos e uma grande doçura, durante muito tempo. Vai fazer muita falta.

Posso dizer que me orgulho de ter sido o produtor dos três filmes que fez como realizador, e assim ter-lhe dado a possibilidade de mostrar também o seu génio como director de cinema.

A última aparição de Piccoli nos ecrãs deu-se em 2014, no filme "Le goût des myrtilles" do belga Thomas De Thier.

Foi galardoado com o prémio de melhor ator em Cannes, em 1980, por "Salto no Vazio", de Marco Bellochio e em Berlim, em 1982, por "Une étrange affaire", de Pierre Granier-Deferre.