Publicado em 3 Fev. 2022 às 16:28, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário, Cinema Português)
Com uma vida dedicada ao cinema nas mais diversas vertentes, o realizador de "Manhã Submersa" tinha 79 anos.
Tocou nas mais diversas áreas, sempre ligado ao cinema. Cineclubista, diretor de festivais, jurado, programador, professor e realizador, do currículo de Lauro António consta de tudo um pouco. Morreu esta quinta-feira, aos 79 anos.
Natural de Lisboa, onde nasceu em agosto de 1942, formado em História, foi membro do Cine-Clube Universitário de Lisboa e do ABC Cine-Clube, à época locais determinantes para desenvolver o gosto pela sétima arte. Daí começou a escrever e, já nos anos 70, aventurou-se na direção de um par de curtas-metragens, "Prefácio a Vergílio Ferreira" e "Vamos ao Nimas".
Estreou-se nas longas-metragens pela porta grande, com "Manhã Submersa", exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes em 1980 e construído com base no romance homónimo de Vergílio Ferreira. Curiosamente, só assinou mais uma longa, "Vestido Cor de Fogo" (1986) e acabou por centrar a sua carreira atrás das câmaras nos telefilmes e documentários.
Foi crítico e ensaísta com mais de 50 obras publicadas que abordam do cinema de horror a cineastas como Jacques Torneur, estrelas como os irmãos Marx, à idade de ouro do cinema italiano. Escreveu e apresentou programas de rádio e televisão, e foi professor de cinema e audiovisual em variados estabelecimentos de ensino superior.
Em 2010, os 50 anos ligados ao cinema mereceram uma homenagem, uma exposição e um ciclo dedicado à sua obra, no Teatro na Trindade, no Porto.
A Academia Portuguesa de Cinema reconheceu-lhe o valor e a importância em 2018, com a atribuição do prémio carreira. No mesmo ano, foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.