Cartaz de cinema

Morreu Jerry Lewis - o palhaço amado e odiado deixa-nos aos 91 anos

Publicado em 20 Ago. 2017 às 20:29, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)

Morreu Jerry Lewis - o palhaço amado e odiado deixa-nos aos 91 anos

O humorista, ator, realizador, produtor e argumentista morreu em Las Vegas na manhã de domingo.

Vedeta da comédia norte-americana, nas décadas de 50 e 60 do século XX, Jerry Lewis morreu em Las Vegas, aos 91 anos. A notícia foi dada em primeira mão no Twitter por John Katsilometes, colunista do Las Vegas Review-Journal. Pouco depois, o Variety - através do agente do ator - e também o Deadline - que refere um depoimento da família - confirmaram o óbito que terá ocorrido às 09h15, hora local.

Bastante mais apreciado pela crítica francesa do que na imprensa norte-americana, Lewis viu-se elevado ao estatuto de autor pelos Cahiers do Cinema e foi condecorado com a Legião de Honra, em 1984.

O início de carreira aconteceu nos clubes noturnos e casinos de Atlantic City onde, em 1946, conheceu Dean Martin. A parceria entre os dois foi um enorme sucesso, durou uma década, gerou 17 filmes e enormes receitas de bilheteira, incluindo "O Grande Jogador" (1953), "O Rei do Circo" (1955), ou "O Barbeiro e o Professor".

A solo continuou a obter o favor do público com o seu estilo de humor físico, vozes exageradas e caretas. "Jerry no Grande Hotel" (1960), "Cinderelo dos Pés Grandes" (1960), "O Mandarete" (1961), "As Noites Loucas do Dr. Jerryll" (1963), "Jerry, Enfermeiro sem Diploma" (1964), "Jerry e os Seis Tios" (1965) e "Onde Fica a Guerra?"(1970) são os títulos que mais se destacam deste período da sua carreira.

Em 1971, um projeto sério e ambicioso marcou-o para sempre. "The Day the Clown Cried", sobre um palhaço aprisionado pelos nazis que acompanha as crianças judias à morte nos campos de concentração, nunca estreou. Os executivos que o viram pela primeira vez ficaram horrorizados e a obra deslizou para um limbo do qual nunca mais saiu. Só em 2013 chegaram a público algumas cenas isoladas, mas o filme completo não voltou a ser exibido.

Lewis nunca mais teria o brilho de outrora. O seu humor, cada vez mais fora de moda, valeu-lhe fracasso após fracasso. Só a maratona televisica de angariação de fundos para a associação de doentes com distrofia muscular teve resultados e tornou-se numa tradição anual junto dos espectadores norte-americanos.

O último grande papel de Jerry Lewis surgiu em 1982, na companhia de Robert DeNiro em "O Rei da Comédia", de Martin Scorsese.

Casado duas vezes, com Patti Palmer e Sandra Pitnick, deixa cinco filhos da primeira união e uma filha da segunda.

Trailer "Jerry e os Seis Tios"