Cartaz de cinema

Morreu James Caan

Publicado em 7 Jul. 2022 às 21:13, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)

Morreu James Caan

Ator com uma carreira de seis décadas no cinema, será lembrado pelos papéis em "O Padrinho", "Funny Lady", ou "Misery".

O ator James Caan morreu quarta-feira à noite, aos 82 anos, informou a família. Não foram divulgados mais detalhes.

Entre os seus trabalhos mais memoráveis está a personagem do gangster Sonny Corleone em "O Padrinho", de Francis Ford Coppola, estreado em 1972 e que lhe valeu a nomeação para o Oscar de melhor ator secundário.

Nascido no bairro nova-iorquino do Bronx, Caan jogou futebol americano na universidade tendo sido colega de Coppola na Hofstra University, mas não chegou a diplomar-se preferindo uma escola de teatro e representação onde estudou cinco anos.

Integrou o elenco de peças de teatro e conseguiu pequenos papéis em séries de televisão, durante grande parte dos anos 60 antes de passar para o cinema.

Chegou a contracenar com John Wayne e Robert Mitchum em "El Dorado" (1966), um western de Howard Hawks (o penúltimo filme do cineasta) que lhe dera o primeiro papel como protagonista um ano antes, no desastroso "Red Line 7000", passado no mundo das corridas de automóveis.

Em 1967, Caan foi um astronauta em "Countdown", de Robert Altman e em 1969 reencontrou-se com o antigo colega Francis Coppola para o drama "The Rain People" (Chove no Meu Coração). Em 1971 juntou-se a Candice Bergen e Peter Boyle em "T.R. Baskins" (Encontro com uma Mulher Só).

No ano seguinte, foi o encontro com a fama na pele de Sonny Corleone que culminou com a famosa saraivada de balas numa portagem, um de vários momentos inesquecíveis de "O Padrinho".

Já estabelecido como um nome importante em Hollywood, em 1975 Caan voltou a trabalhar com Herbert Ross em "Funny Lady" com a protagonista Barbra Streisand e ao lado de Omar Sharif. Nesse mesmo ano, mas num registo muito diferente entrou em "Rollerball - Os Gladiadores do Século XXI", de Norman Jewison.

Em 1977, engrossou o elenco de estrelas em "Uma Ponte Longe Demais", que dramatizou a desastrosa operação aerotransportada em Arnhem, na Holanda, durante a Segunda Guerra Mundial, antes de saltar para França onde foi dirigido por Claude Lelouch em "Un autre homme, une autre chance" (Outro homem para uma mulher).

Um ano depois, trabalhou com Alan J. Pakula e Jane Fonda em "Comes a Horseman" (Uma Mulher Implacável).

Já anos 80, fez a única tentativa como realizador em "Separação" e foi um ladrão de cofres em "Thief", de Michael Mann, filme de 1981.

Os anos seguintes marcaram o fim da primeira fase da carreira de Caan, consequência do fracasso da comédia romântica "Kiss Me Googbye (Beija-me e Adeus), de um vício com a cocaína e de uma depressão agravada pela morte da irmã.

Só voltou ao trabalho em 1987 a pedido de Coppola, em "Gardens of Stone" (Jardins de Pedra).

Em 1990, soube que Rob Reiner estava a ter dificuldades em encontrar o protagonista masculino de "Misery", adaptado do livro de Stephen King porque o papel significava passar grande parte do tempo deitado numa cama. Caan agarrou a oportunidade para um dos seus melhores desempenhos.

Seguiram-se papéis em "Lua-de-Mel em Las Vegas" (1992), Roda Livre" (1996), primeira longa-metragem do então desconhecido Wes Anderson e "Mickey Blue Eyes" (1999), onde regressou ao papel de mafioso, mas desta vez num registo de comédia.

Em 2000, integra o elenco de "Dogville", de Lars von Trier.

Pouco depois garante o papel de Ed Deline na série "Las Vegas" onde ficou entre 2003 e 2007.

Em 2013 trabalha com o francês Guillaume Canet no thriller policial "Blood Ties (Laços de Sangue).