Publicado em 15 Jun. 2023 às 14:12, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)
Vencedora de dois Óscares e de inúmeros prémios de teatro, ativista em muitas áreas, dos direitos das mulheres ao desarmamento nuclear, faleceu após breve doença na sua casa em Londres.
Glenda Jackson morreu aos 87 anos na sua casa em Blackheath, no sudeste de Londres, após breve doença. A notícia foi confirmada num comunicado do seu agente, Lionel Larner que fez saber: "Glenda Jackson, atriz e política vencedora de dois Óscares da Academia, morreu pacificamente na sua casa em Blackheath, Londres, esta manhã, após breve doença, com a família a seu lado."
Uma das poucas a conseguir equilibrar o trabalho no teatro, cinema e televisão com uma vida na arena política, Glenda Jackson nasceu em 1936 em Birkenhead, Inglaterra, numa família de origens humildes. Deixou a escola aos 15 anos para trabalhar numa loja.
Persuadida por uma amiga a tentar a representação, estudou drama com uma bolsa de estudo e estreou-se profissionalmente no teatro em 1957. Integrou a prestigiada Royal Shakespeare Company em 1964.
Teve uma estreia fugaz no ecrã em "This Sporting Life", de Lindsay Anderson, filme de 1963, para quatro anos depois conseguir o primeiro grande papel no cinema, em "Marat/Sade", de Peter Brook, onde repetiu o papel que antes desempenhara na famosa produção teatral.
Em 1969, ganhou o primeiro Óscar de melhor atriz pelo filme "Mulheres Apaixonadas", de Ken Russell. Em 1973, repetiu o feito com "Um Toque de Classe", de Melvin Frank.
Na televisão, interpretou personagens históricas como Isabel I de Inglaterra, ou Sarah Bernhardt.
Em 1992, Glenda Jackson decidiu abandonar a carreira artística e dedicar-se à política. Foi eleita deputada do Parlamento Britânico pelo Partido Trabalhista em representação do distrito de Hampstead e Kilburn. Manteve-se no cargo até 2015, quando se retirou da vida pública. Durante esse período, defendeu causas como a educação, a saúde, os direitos humanos e o desarmamento nuclear. Foi ainda das poucas vozes dissonantes ao opor-se à participação do país no ataque ao Iraque.
Em 2016, aos 80 anos, Glenda Jackson voltou aos palcos para interpretar o Rei Lear na peça homónima de William Shakespeare, uma atuação aclamada pela crítica e pelo público. Em 2019, voltou à televisão na série "Elizabeth is Missing", baseada no romance de Emma Healey.