Publicado em 15 Abr. 2022 às 10:37, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário, Cinema Português)
Eunice Muñoz, atriz portuguesa de teatro cinema e televisão, morreu sexta-feira, em Lisboa aos 93 anos. Em novembro de 2021 completara 80 anos de carreira.
Nasceu na Amareleja, distrito de Beja. O apelido espanhol Muñoz vem de uma família de atores itinerantes. Aos 13 anos, estreia-se profissionalmente no Teatro Nacional. Estuda no Conservatório e, em 1946, desempenha o primeiro papel no cinema em "Camões", realizado por Leitão de Barros. Seguem-se "Um Homem do Ribatejo" de Henrique Campos, e "Os Vizinhos do Rés-do-Chão", de Alejandro Perla, um ano depois.
O primeiro dos seus três casamentos ocorre em 1947, tem a primeira filha e suspende a carreira como atriz durante quatro anos, para se dedicar à família. Trabalha noutras áreas, mas acaba por regressar em 1956 quando o empresário Vasco Morgado a convida para interpretar "Joana d'Arc", no Teatro Avenida, em Lisboa.
A partir de 1957, com o surgimento da televisão em Portugal, passa a ser presença assídua em peças, séries e filmes produzidos para o pequeno ecrã.
Em paralelo com uma forte presença nos palcos dedica-se à divulgação da poesia.
Durante mais de 30 anos, vê o reportório teatral limitado e importunado pela censura. Em 1971, vê proibida a estreia da peça "A Mãe", de Stanislaw Wiktiewicz, poucas horas antes da primeira representação.
Após o 25 de abril, surge no cinema em "Manhã Submersa", de Lauro António (1980); "A Fachada", de Júlio Alves (1986); "Repórter X", de José Nascimento (1987), "Matar Saudades", de Fernando Lopes (1988); e "Tempos Difíceis", de João Botelho (1988).
Na década de 1980, integra os elencos de séries e novelas. Em 1988, protagoniza "A Banqueira do Povo", inspirado no esquema fraudulento da Dona Branca que marcara a atualidade nacional, anos antes.
Em abril de 2015 recebe o Prémio Sophia Carreira, atribuído pela Academia Portuguesa de Cinema.
Em 2018, já fragilizada, participa na curta "Olga Drummond", de Diogo Infante.