Publicado em 10 Nov. 2017 às 19:52, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Cinema Norte-Americano)
O Dark Universe anunciado com pompa e circunstância começou mal e parece ter o futuro comprometido.
Os escritórios quase vazios dos produtores Alex Kurtzman e Chris Morgan nos estúdios da Universal Pictures, de que um artigo do The Hollywood Reporter (THR) dá conta, ilustram bem a forma como está a correr o projeto Dark Universe, o mundo narrativo partilhado em que a major norte-americana colocava tanta esperança.
Anunciado em maio, com direito a logotipo e tema musical composto por Dan Elfman, no Dark Universe decorreriam as histórias que fariam reviver os monstros clássicos do cinema. Kurtzman e Morgan eram os supervisores desta espécie de Universo Cinematográfico Marvel, sem super-heróis, mas com vampiros, múmias, homens-lobo e monstros nascidos em sombrias lagoas, ou feitos de pedaços de cadáveres.
Escolhido para a estreia foi "A Múmia", com Tom Cruise. Azar dos azares, a coisa correu mal nos Estados Unidos. Com um preço anunciado de 125 milhões de dólares, o filme não passou dos 80 milhões na bilheteira interna. Valeu-lhes o resto do mundo, mais interessado em princesas egípcias enfaixadas em ligaduras. Contas finais feitas, os $409M sempre deram para equilibrar a contabilidade do projeto.
Apesar do mal menor, o entusiamo foi-se e no blogue The Heat Vision, do THR, citam-se fontes não identificadas que dão como certa a partida de Kurtzman e Morgan. O primeiro foi-se para CBS onde tem um acordo para desenvolver para cima de meia-dúzia de séries (a primeira das quais, "Star Trek: Discovery", já estreou). O outro, regressou às origens e está a trabalhar no spinoff de "Velocidade Furiosa" com Dwayne Johnson e Jason Statham.
De início, havia planos para colocar Johnny Depp como "O Homem Invisível"; Javier Bardem como "Frankenstein", Angelina Jolie como a clássica "Noiva de Frankenstein" e até o The Rock foi dado como muito perto de se tornar no peludo e uivante "Wolfman". Tudo solidamente unido em termos narrativos pelas relações com a multinacional Prodigium do Dr. Henry Jekyll, interpretado por Russell Crowe.
Agora, tudo parece assente num banho-maria onde só a "Noiva de Frankenstein" mostra alguns sinais de vida, com a preparação de um novo argumento, mas sem atriz pois Jolie preferiu a sequela de "Maléfica", na mais estável e poderosa Disney.
Cenários prováveis para o futuro? O Dark World mergulha lentamenta em direção ao profundo limbo hollywoodesco, ou a Universal escolhe outros nomes para supervisionarem o projeto e aguarda por uma valente trovoada para aplicar a descarga eléctrica que fará o Dr. Frankenstein soltar o inesquecível grito de "It's alive!!!"