Cartaz de cinema

Kirk Douglas morre aos 103 anos

Publicado em 6 Fev. 2020 às 14:46, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Obituário)

Kirk Douglas morre aos 103 anos

Um dos últimos atores vivos da era dourada de Hollywood, entrou em mais de sete dezenas de filmes, incluindo "Spartacus", "A Vida Apaixonada de Van Gogh", "Os Heróis de Telemark" e "Horizontes de Glória".

Kirk Douglas, uma das grandes estrelas do período dourado do cinema americano, morreu esta quarta-feira, aos 103 anos. Casado há 65 anos com Anney Buydens, deixa três filhos, o também ator Michael Douglas, Joel e Eric.

"É com tremenda tristeza que eu e os meus irmãos anunciamos que Kirk Douglas nos deixou hoje aos 103 anos. Para o mundo, era uma lenda, um ator da idade de ouro do cinema, um humanista cujo compromisso com a justiça e as causas em que acreditava estabeleceram um padrão a que todos aspiramos", afirmou Michael Douglas numa declaração à imprensa.

Três vezes nomeado para os Óscares, em 1950 por "The Champion", em 1953 por "The Bad and the Beautiful" e em 1957 pela biografia de Vincent Van Gogh "Lust for Life", Kirk Douglas foi mais um de muitos nomes grandes do cinema americano a nunca ter ganho um prémio da Academia pelo trabalho num dado filme. Só em 1996 recebeu a cobiçada estatueta, um Oscar honorário pelo conjunto da carreira.

Nascido em 1916, na pequena cidade de Amsterdam, no estado de Nova Iorque, filho de judeus da Bielorrúsia, pobres e iletrados, o seu nome original era Issur Danielovitch Demsky.

Graças às suas capacidades atléticas frequentou a universidade e a seguir a American Academy of Dramatic Arts onde teve como colega nada menos do que Lauren Bacall. Serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial e graças a Bacall conseguiu o primeiro papel no cinema, em 1946, no filme "The Strange Love of Martha Ivers", ao lado de Barbara Stanwyck.

Um anos depois teria oportunidade de trabalhar com Burt Lancaster no drama "I Walk Alone", no que seria o início de uma longa amizade e parceria concretizada em sete longas metragens, incluindo "Gunfight at the O.K. Corral" (1957), "Seven Days in May" (1964) e "Tough Guys" (1986),

Conhecido pela sua forte personalidade, que o podia levar a ser uma pessoa por vezes difícil, distinguiu-se, no entanto, pela luta contra o que considerava ser injusto. Prova disso, quebrou as regras  estabelecidas e contratou Dalton Trumbo, argumentista colocado na lista negra durante a perseguição a alegados comunistas durante finais dos anos 40 e durante a década de 50 do século XX. Trumbo veria a sua carreira relançada ao escrever o argumento de "Spartacus", produzido e protagonizado por Kirk Douglas e segundo filme do ator com Stanley Kubrick ao leme depois do também marcante "Horizontes de Glória".