Publicado em 22 Mar. 2015 às 14:46, por António Quintas, em Notícias de cinema (Temas: Cinema Norte-Americano, Bastidores)
O irmão do realizador deu a entender que preferia um desfecho mais negro e simples do que consta da versão final.
Jonathan Nolan, irmão do realizador de "Interstellar", defendeu a ideia de um final diferente para o filme.
A opinião de Nolan surgiu perante uma plateia de físicos, engenheiros e estudantes, em Pasadena, na Califórnia, num evento de promoção do lançamento de "Interstellar" em Blue-ray e DVD.
Na companhia de Kip Thorne, conselheiro científico da produção e autor de algumas das teorias em que se baseia a história, Jonathan Nolan, co-autor do argumento, falou da sua ideia à audiência.
Por ele, o buraco de verme - ou ponte de Einstein-Rosen, como é referido nos meios científicos - teria colapsado à passagem de Cooper e a personagem de Matthew McConaughey simplesmente não teria sobrevivido.
O filme terminaria, dessa forma, num tom dramático, com o sacrífício do herói, mas sem certezas sobre a sobrevivência da humanidade.
O cientista Kip Thorne também deu a conhecer uma importante diferença de opinião com Christopher Nolan. Segundo ele, "as anomalias gravitacionais que apontaram Cooper e a sua filha em direção aos restos da NASA eram inicialmente ondas gravitacionais emanadas da destruição de uma estrela de neutrões através de um buraco negro.
"Uma vez que as ondas só poderiam ser produzidas por algo tão catastrófico, diferente de tudo o que existe no nosso sistema solar, as ondas estariam a sair de algum buraco de verme perto de nós", explicou Thorne. O único método de deteção deste tipo de ondas no planeta Terra é o LIGO, ou Laser Interferometer Gravity-Wave Observatory, cuja construção Kip Thorne liderou.
A ideia foi abandonada porque: "o Chris pensou que era demasiada ciência para o público de digerir de uma só vez", concluiu Thorne.