Jeremy Clarkson confessa problemas que o levaram a agredir produtor

O antigo apresentador do programa de televisão "Top Gear" usou a sua coluna de domingo no jornal "The Sunday Times" para falar pela primeira vez dos acontecimentos que levaram ao seu despedimento da BBC.

Jeremy Clarkson defende-se dizendo que estava sobre grande pressão porque dois dias antes fora informado de que poderia ter um cancro. Um alto na língua levou o médico de Clarkson a solicitar exames clínicos. O apresentador afirma que deveria estar a fazer essas análises no dia em que ocorreu a discussão, mas declara ter dado prioridade às gravações do programa.

"Foi o dia mais stressante em 27 anos de BBC" - afirma, para logo a seguir acrescentar que "outros conseguem lidar melhor" [com o stress] do que ele.

A esse potencial problema de saúde, Clarkson acrescenta o luto pela morte recente da mãe e o divórcio e o facto de estar obcecado com o trabalho e com o programa. "Era uma entidade que tudo consome, um monstro global de vários tentáculos, disfuncional e inábil e louco, mas que eu amava com paixão" - diz Clarkson sobre o Top Gear.

"Sentia-me em baixo após ter perdido o meu lar e a minha mãe, joguei tudo no trabalho e, agora, de forma idiota, também consegui perder isso." - conclui.

Entretanto, o resultado das análises indicam não haver sinal de cancro. Agora, aos 55 anos, Clarkson prepara-se para recomeçar e tem planos para um novo programa sobre automóveis, apesar de não se saber se contará com a companhia de Richard Hammond e James May com quem partilhava a apresentação do "Top Gear" desde 2003.

Clarkson foi suspenso pela BBC a 10 de março após uma discussão com o produtor Osin Tymon num hotel no norte do Yorkshire que culminou em agressões físicas.

Seguiu-se um inquérito que levou o diretor geral da BBC, Tony Hall a não renovar o contrato com Clarkson.