Itália chora a morte de Lea Massari e Alvaro Vitali

O cinema italiano despede-se de dois nomes marcantes da sua cinematografia. Lea Massari, atriz que trabalhou com Antonioni, e Alvaro Vitali, inesquecível rosto da comédia popular, faleceram com poucas horas de diferença.

Lea Massari, morreu segunda-feira aos 91 anos na sua residência no bairro de Parioli, em Roma, onde se encontrava sob cuidados permanentes na sequência de uma queda. O funeral realizou-se discretamente na província de Viterbo, a norte da capital.

Nascida em 1933, Massari destacou-se como uma das grandes atrizes do cinema italiano e europeu entre as décadas de 1960 e 1970. Foi dirigida por Sergio Leone, em "O Colosso de Rodes", Dino Risi, em "Uma Vida Difícil", e Michelangelo Antonioni, no aclamado "L'avventura". Trabalhou ainda com Valerio Zurlini ("Le soldatesse" e "Outono Escaldante") e com os irmãos Taviani em "Que Viva a Revolução!". Em França, com Alain Cavalier (em "O Indomável", ao lado de Alain Delon) e Louis Malle (em "Sopro no Coração", de 1971).

Afastou-se voluntariamente da vida pública aos 57 anos.

Alvaro Vitali, por sua vez, faleceu aos 75 anos em Roma, vítima de uma broncopneumonia. O ator encontrava-se internado há cerca de duas semanas, segundo declarou a ex-mulher, Stefania Corona. Nascido a 3 de fevereiro de 1950, ficou célebre pelo papel como "Pierino", personagem que protagonizou numa série de comédias de enorme popularidade nas décadas de 1970 e 1980.

Descoberto por Federico Fellini, estreou-se no cinema com uma pequena participação em "Satyricon" (1969), colaborando depois em obras como "Os Clowns" (1971), "Roma" (1972) e "Amarcord" (1973). 

Vitali protagonizou mais de 150 filmes, sobretudo no género da comédia erótica italiana, onde deixou marca com o seu estilo físico e caricatural. Após o declínio desse cinema, fez aparições pontuais na televisão.