IndieLisboa 2025 arranca com "Une langue universelle"

O 22.º IndieLisboa arranca amanhã, 1 de maio, com a sessão de abertura marcada para as 19h00 no Cinema São Jorge. O filme escolhido é "Une langue universelle", do canadiano Matthew Rankin, autor de "20th Century" (2019). Nesta fábula visualmente exuberante, Rankin imagina um Canadá culturalmente irmandado com o Irão, onde histórias díspares – duas meninas a tentar recuperar dinheiro retido, turistas num roteiro inusitado e um homem em busca da mãe – se entrelaçam num abraço poético.

O festival prolonga-se até 11 de maio e decorre nas habituais salas lisboetas: Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Cinema Ideal, Cinema Fernando Lopes e Culturgest. Ao todo, serão exibidos 238 filmes que atravessam géneros e formatos, do documentário experimental à ficção mais clássica, reunindo obras consagradas e vozes emergentes num  mapa abrangente das tendências contemporâneas

Na competição internacional, que conta com 10 longas-metragens e 32 curtas-metragens nunca apresentadas em Portugal, destacam-se as estreias mundiais de "Lo que trajo la tormenta", do argentino Miguel de Zuviría, que acompanha Miguel enquanto reconsidera o seu percurso artístico durante uma viagem à beira-mar na sequência de uma separação; "Río abajo, un tigre", do espanhol Víctor Diago, que segue Júlia numa travessia de Glasgow que a deixa repentinamente cega; e a estreia internacional de "Les Sanglières", da artista visual francesa Elsa Brès, com um filme passado em momentos diferentes: no século XVI, numa floresta, a lutar por terras comunitárias; depois, numa floresta a ser monitorizada com a figura do javali como agente do caos.

Na secção Risoma onde se misturam cineastas de renome e ante-estreias, entre outros, destaca-se a presença do documentarista chinês Wang Bing que apresenta a sua trilogia "Youth", acompanhando ao longo de três filmes as transformações profissionais e relacionais de um grupo de amigos na China moderna

Com um número recorde de 10 longas-metragens e 16 curtas-metragens portuguesas (muitas em estreia mundial ou nacional), a Competição Nacional reúne cineastas emergentes a autores  consagrados, oferecendo um retrato plural do cinema português contemporâneo. Destacam-se as primeiras exibições públicas de "A Vida Luminosa", de João Rosas; "As Flores", de Madalena Fragoso; "Santa Iria", de Luís Miguel Correia; e "Somos Dois Abismos", da indiana radicada em Portugal, Kopal Joshy.

O festival presta ainda homenagem à cineasta búlgara Binka Jeliaskova, com uma retrospetiva que recupera a sua obra singular, e dedica um foco ao provocador britânico Charlie Shackleton, reconhecido pela sua abordagem híbrida entre documentário e ficção

A edição deste ano do IndieLisboa termina a 11 de maio, às 19h00, no Cinema São Jorge, com "Caught By The Tides", do realizador chinês Jia Zhang-ke. Um filme que acompanha Qiao, cantora e bailarina, numa procura de Bin, o produtor musical que a abandonou há duas décadas, ao mesmo tempo que a China se transforma radicalmente numa viagem íntima e épica sobre amor, perda e tempo.