Publicado em 15 Out. 2017 às 18:54, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Indústria cinematográfica, Cinema Norte-Americano, Celebridades, Bastidores)
O artigo do The New York Times abriu caminho a uma enxurrada de acusações ao produtor de "A Paixão de Shakespeare" e "Pulp Fiction".
Reunida de urgência este sábado, a direção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA aprovou por grande maioria a expulsão do produtor e distribuidor Harvey Weinstein, na sequência das denúncias de assédio sexual que tiveram início a 5 de outubro, num artigo publicado no The New York Times.
Num comunicado, os promotores dos Oscars dizem ter votado pela saída de Weinstein: "não apenas para nos demarcarmos de alguém que não merece o respeito dos colegas, mas também para enviar a mensagem de que terminou a era da ignorância voluntária e da cumplicidade vergonhosa sobre comportamento predatório e assédio no local de trabalho na nossa indústria".
Antes, a BAFTA, academia britânica, tomara idêntica atitude.
Outras consequências imediatas do escândalo incluem o despedimento de Weinstein da sua própria empresa, a The Weinstein Co., e a separação da mulher, Georgina Chapman.
Também este sábado, a atriz Lysette Anthony passou a ser a quinta mulher a alegar ter sido vítima de violação por parte de Weinstein, segundo relata o The Sunday Times que acrescenta ainda que este e outros casos estão a ser investigados pela Scotland Yard. Do outro lado do Atlântico, medidas idênticas estão a ser tomadas pela polícia de Nova Iorque.
Até ao momento, apenas quatro vozes se pronunciaram a favor de Weinstein: a estilista Donna Karan, que colocou a responsabilidade do lado das mulheres assediadas, a atriz Lindsey Lohan, que disse no Instagram ter pena de Weinstein (e depois apagou a afirmação), o ator Tony Denison que afirmou só acreditar nas alegações quando visse provas e o realizador Oliver Stone que considerou que Weinstein estaria a ser condenado sem julgamento pela imprensa e pela indústria cinematográfica.
Todos, de uma forma ou de outra, corrigiram estas afirmações mais tarde.
Até Bob Weinstein se demarcou do irmão mais velho, Harvey. Afirmou ao The Hollywoord Reporter desconhecer a gravidade e o âmbito do mau comportamento e disse desejar que ele seja castigado pelo que fez, apelidando-o de "depravado".