Publicado em 23 Set. 2019 às 04:27, por António Quintas, em Notícias de televisão e séries (Temas: Temporada de prémios)
Algumas surpresas, humor, e o adeus a séries que dominaram os gostos do público nos últimos anos marcaram a noite de entrega de prémios da academia norte-americana de televisão.
Não há como dizê-lo de outra forma, os Emmys são mais divertidos de ver do que os Óscares. Na normalmente aborrecida paisagem das cerimónias de entrega de prémios, estão adiante das vetustas e enfadonhas estatuetas da Academia e dos refrescantemente informais, mas quase sempre anedóticos, Globos de Ouro da imprensa estrangeira em Hollywood.
É verdade, copiaram a gente do cinema ao não terem um anfitrião designado, mas deram a volta ao texto de forma estimulante com a entrada em falso de Homer Simpson - esmagado por um piano de cauda um minuto após surgir em cena - seguida pela intervenção de Anthony Anderson (de "Black-ish") numa operação de resgate do espectáculo que culminaria no empurrar de um desprevenido Bryan Cranston (a lenda de "Breaking Bad") para o que viria a ser o tradicional monólogo inicial. Com os primeiros passos de Neil Armstrong na Lua em fundo, Cranston dissertou sobre a força e o poder da televisão terminando com o mantra do momento: "a televisão nunca foi tão boa!".
Depois, a coisa fluiu e... surpresa das surpresas, durante algum tempo conseguiu ser interessante. Claro que não foi possível contornar os discursos de aceitação, as bocas políticas e as quebras de ritmo provocadas pelos sucessivos intervalos publicitários, mas os Emmys fizeram rir a valer, rindo-se de si mesmos e do formato.
Logo a começar pela figura do "comentador dos Emmys", interpretado pelo humorista Thomas Lennon, voz off entre categorias e hilariante criador de apartes sobre a cerimónia.
Maya Rudolph e Ike Barinholtz contribuíram com um dos melhores momentos da noite ao apresentarem-se como se tivessem sido operados à vista e trocaram os nomes dos candidatos ao Emmy de melhor ator numa comédia. Já o duo dos talk shows Colbert e Kimmel queixou-se do fim dos anfritrões e antecipou o trágico momento em que Alexa, a assistente virtual da Amazon, passaria a anunciar os nomeados.
À medida que a cerimónia avançou, o fulgor inicial foi-se perdendo e o programa terminou em velocidade de cruzeiro, num registo comum e aborrecido. No entanto, a momentos, as ideias lançadas pelos Emmys mostraram haver esperança para os programas de entrega de prémios.
Quanto aos vencedores da noite, nas principais categorias, as maiores surpresas foram "Fleabag", melhor comédia; Billy Porter, melhor ator dramático pelo papel em "Pose"; e Julia Garner a superiorizar-se à armada de Winterfell para triunfar entre as secundárias dramáticas.
A relação de vencedores dos Emmys nas principais categorias foi a seguinte: