Publicado em 25 Mai. 2020 às 11:48, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Indústria cinematográfica)
A associação pede o adiamento do reinício das sessões para 2 de julho e alerta para a necessidade de estreias que chamem o público.
Faltam filmes novos que chamem público e a reabertura das salas a 1 de junho anunciada pelo governo é "irrealista" e "despropositada", diz a FEVIP - Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais.
António Paulo Santos, diretor-geral da FEVIP, diz que nem o organismo que chefia nem a APEC - Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas foram consultadas sobre a data de reabertura que os apanhou de surpresa.
Sem estreias que atraiam o público às salas e sem condições de rentabilidade, a FEVIP adverte que poderá estar em causa a sobrevivência de muitas empresas dos setores de exibição e distribuição de cinema. Para a FEVIP, reabrir sem novos filmes "equivale a ter um supermercado com as prateleiras vazias, ou cheias de produtos fora de prazo".
Numa carta enviada ao primeiro-ministro, Ministério da Cultura, ao Ministério da Economia e ao ICA - Instituto de Cinema e Audiovisual, a FEVIP e a APEC pedem o adiamento da abertura das salas que promovem cinema comercial para 2 de julho:
A disponibilidade dos filmes está atrasada e dependente da abertura dos mercados internacionais, como é o caso dos EUA. Esta disponibilidade só é esperada para o mês de julho, se as condições sanitárias o permitirem.
O primeiro grande lançamento previsto é "Tenet", do realizador Christopher Nolan, com estreia mundial prevista para 16 de julho, seguindo-se "Mulan", da Disney, a 23 de julho.
A FEVIP e a APEC apresentaram também um conjunto de sugestões e medidas de apoio ao setor da exibição cinematográfica.
Além do pedido de adiamento da data de aberturas das salas - não colocando de parte que que os cinemas que assim o entendam, possam abrir já no próximo mês - pedem ainda o aumento da lotação máxima das salas até 50%, de forma a tornar o negócio viável, e o prolongamento da isenção de pagamento de rendas e outros custos nos Centros Comerciais, bem como a adoção de medidas que possibilitem a alteração das rendas atuais, de custos fixos para custos variáveis, até que se verifique a recuperação de, pelo menos, 70% do volume de negócio anterior à crise.
As salas de cinema em Portugal estão fechadas desde a primeira quinzena de março.
Até ao momento, só o Dolce Vita de Ovar, o Cinema Ideal e o Espaço Nimas, todas salas com um único ecrã, anunciaram intenção de reabrir em junho.