Cartaz de cinema

Festival de Cinema de Avanca 2022 sobre o signo dos "deslocados"

Publicado em 9 Jul. 2022 às 13:27, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)

Festival de Cinema de Avanca 2022 sobre o signo dos "deslocados"

A 26.ª edição decorre de 27 a 31 de julho.

O 26.º AVANCA Festival Internacional de Cinema, cuja competição decorre entre 27 e 31 de julho, comemora um quarto de século atento aos grandes movimentos de deslocação de pessoas em tempo de guerra, da Síria, à Ucrânia, passando por África.

Está prevista a exibição de perto de 130 filmes, entre longas e curtas metragens dos cinco continentes.

A competição de longas conta com "Make-Believers" do japonês Kenjo McCurtain, "Travels inside foreign heads", produção francesa realizada por António Amaral, e "Atlas" de Niccolò Castelli, coprodução italo-suíça; a que se juntam quatro estreias mundiais, três delas portuguesas: "Looking For A Heart Of Gold" de Rudolf Mestdagh (Bélgica, Brasil); "Posso olhar por ti" de Francisco Lobo Faria (Portugal); "José Luís Espinosa - o espião" de Alfonso Palazon (Portugal); e  "Epopeia Gandareza" de Vasco Otero (Portugal).

Na corrida pelo prémio de melhor curta-metragem estarão nove filmes, "Toutes les nuits" de Latifa Said (França);   "Sorda" de Nuria Muñoz e Eva Libertad (Espanha); "November" de Camille de Leu (Bélgica); "Last Visit" de Spiros Alidakis (Grécia); "Kalashnikov" de Mehroz Amin (Paquistão); "Lifeline: The Brothers Who Hold the Same Breath" de Abdullah Şahin (Turquia); "Without you" de Sergio Falchi (Itália); "Boca Cava Terra" de Luís Campos (Portugal); e "Maktub" de Joaquim Haickel e Coe Belluzzo (Brasil).

Estreia mundial para documentário sobre o povo Han

Os organizadores chamam a atenção para "Nowhere People" (Pessoas de lugar nenhum) do cineasta chinês Zhandong Ma, filmado ao longo de 16 anos, entre 2005 e 2020, na segunda zona especial do Estado Wa de Myanmar. Um lugar para onde muita gente fugiu durante a reforma agrária e a Revolução Cultural na China, tornando-o no maior ponto de encontro da nacionalidade Han na região.

Zhandong Ma, centra-se nas mudanças na vida de Li Simei e Vovó Chen após a proibição do cultivo das drogas. Tempos em que os seus filhos não puderam voltar à China e as suas identidades não foram reconhecidas. Um lugar que passou a ser um sistema geopolítico marginalizado, um "enclave" sem identidade.

O realizador explica que, "Quando as drogas se tornam um mal geracional, a tragédia individual torna-se um outro desaparecido num contexto histórico e geopolítico complexo. Qual o futuro de um enclave simbólico sem nome ou identidade? Uma história de sobrevivência desesperada espelha a história de uma nação. Toda a história se torna a glória do presente, mas os indivíduos que a carregam, trazem com eles sempre o sofrimento".

Longo e polémico, de um cineasta que continua a trabalhar e morar em Chengdu (China), "Nowhere People" aborda a política, a história, as drogas e a forma como os indivíduos do "Triângulo Dourado" tragicamente se defendem. As vidas de Li e Chen, que deixaram as suas cidades natais, desaparecem com o curso da história na terra montanhosa que já foi cheia de papoilas no norte de Myanmar.

Serão 4 horas e 15 minutos que, em estreia mundial, o Festival de AVANCA irá exibir no Cinema Vida em Ovar, um dos locais onde decorre o festival, na terça-feira, 26 de julho, a partir das 16h00.

As competições internacionais decorrem entre 27 e 31 no Auditório Paroquial de Avanca, no Cinema Vida em Ovar, e com exibições especiais no Cine Teatro de Estarreja e no Espaço Estação.