Publicado em 30 Mai. 2023 às 12:21, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)
O FEST Novos Realizadores | Novo Cinema regressa a Espinho entre 19 e 26 junho. Entre as novidades avançadas hoje, a estreia nacional de "War Pony", de Gina Gammell & Riley Keough, e a retrospectiva integral do trabalho de Cláudia Llosa. Considerada um nome fundamental da cinematografia sul americana, Llosa é um dos nomes na linha da frente do cinema feminista, assumindo-se como uma voz de enorme relevo na compreensão da condição da mulher indígena. No FEST serão mostrados, entre outros, "The Milk of Sorrow" (2009) e "Madeinusa" (2005). A cineasta marcará presença em Espinho para apresentar a retrospectiva e para ministrar uma masterclass.
Um dos filmes mais falados na secção Un Certain Regard na edição 2022 do Festival de Cannes, "War Pony", das norte-americanas Gina Gammell & Riley Keough, venceu o prémio Câmara de Ouro para primeiras obras, sendo apontado, pela crítica da especialidade, como um retrato fundamental da vida indígena na reserva de Pine Ridge, uma comunidade destruída pelo consumo de álcool e drogas e em perpétuo e inevitável conflito com o resto do sonho americano. A estreia nacional do filme está marcada para 19 de junho, na abertura do festival.
A encerrar o festival, "Metronom", de Alexandru Belc.
No quadro competitivo, dez longas metragens medem o pulso à cinematografia do futuro. Entre elas, "Past Lives", de Celine Song, uma produção americano-coreana que fala sobre memórias do passado e as diferentes vidas ao longo dos anos; a segunda longa-metragem da mexicana Lila Avilés, "Tótem", que recebeu o prémio especial do júri em Berlim. Também estreado na Berlinale, onde venceu o Urso de Prata, "Disco Boy", do italiano Giacomo Abbruzzese, propõe uma viagem psicadélica a um mundo onde a legião francesa e os guerrilheiros do Delta do Níger entram em conflito direto. O programa inclui ainda: "Animalia", da franco-marroquina Sofia Alaoui; "When It Melts", da belga Veerle Baetens, vencedora do prémio de melhor actriz no festival de Sundance; e "Suro", do basco Mikel Gurrea, que olha em subtexto os abusos laborais de imigrantes no mundo agrícola espanhol.
No programa de documentários, oportunidade para ver "And The King Said, What A Fantastic Machine", de Maximilien Van Aertryck e Axel Danielson, um ensaio que disseca o impacto da obsessão ocidental pela imagem; "Man Caves", da suíça Céline Pernet, um estudo sobre a crise contemporânea da masculinidade; "Paradise", de Alexander Abaturov, um retrato dos incêndios florestais na Sibéria; e "The Crows Are White", de Ahsen Nadeem, que propõe uma visita a um mosteiro budista habitado por personagens invulgares.
A competição do Grande Prémio Nacional este ano inclui obras de Guilherme Daniel, Ruben Sevivas e Henrique Brazão, ao lado da estreia de "Monte Clérigo", de Luís Campos e "Cura#12, de Joana Peralta.
No total o festival integrará 244 filmes, percorrendo 59 países, com 33 obras portuguesas e 164 de outros países europeus.