FBI acusa a Coreia do Norte pelo ataque à Sony Pictures

O FBI atualizou hoje as informações sobre a investigação das autoridades norte-americanas ao ataque ao sistema informático da Sony Pictures Entertainment (SPE)ocorrido a 24 de novembro.

Num comunicado, aquele organismo federal refere que: "a nossa investigação, em estreita colaboração com outros departamentos e agências do governo dos Estados Unidos, permitiu adquirir informações suficientes para concluir que o governo norte-coreano é responsável".

 Apesar da necessidade de proteger as fontes e os métodos utilizados, o FBI afirma ter baseado as suas conclusões, em parte, no seguinte:

- A análise técnica dos programas maliciosos empregues para eliminar dados durante o ataque revelou ligações a outro malware previamente desenvolvido por agentes da Coreia do Norte. Nomeadamente, algumas similaridades em linhas específicas de código, algoritmos de encriptação, bem como métodos de entrar em redes e apagar informação.

Também a infraestrutura usada e vários endereços de Internet Protocol (IP) são, em grande parte comuns, a anteriores ciberataques efetuados pela Coreia do Norte.

- As ferramentas usadas no ataque à SPE são similares às que foram encontradas no ciberataque de março de 2013 a diversos bancos e meios de comunicação na Coreia do Sul, um ataque que se sabe ter sido efetuado pelo regime de Pyongyang.

O FBI elogia ainda a rápida ação da SPE em comunicar a ocorrência do ataque, algo que consideram ter "facilitado o trabalho dos investigadores e, em última análise, a identificação da fonte desses mesmos ataques".

A polícia federal dos EUA reafirma ainda, no seu comunicado, a grave ameaça que os ciber-ataques representam para a segurança nacional do país e declara-se pronto a auxiliar qualquer companhia norte-americana que seja vítima de um ataque deste género.

Numa conferência de imprensa após a divulgação dos novos dados do FBI, o Presidente Barack Obama disse que a Sony terá "cometido um erro" ao suspender a estreia do filme "The Interview", na sequência das ameaças do grupo que se auto-intitula "Os Guardiões da Paz".

"Não podemos ter uma sociedade em que um ditador em alguma parte do mundo pode começar a impor a censura nos Estados Unidos." - acrescentou o presidente norte-americano.

O argumento da comédia "The Interview" gira à volta de uma conspiração da CIA para assassinar o líder norte-coreano, um facto que provocou fortes protestos daquela ditadura asiática.