Cartaz de cinema

Estudo europeu: um terço dos jovens é pirata

Publicado em 8 Jun. 2022 às 14:11, por filmSPOT, em Notícias de cinema

Estudo europeu: um terço dos jovens é pirata

Os jovens compram mais produtos falsificados e continuam a aceder a conteúdos pirateados, de acordo com um estudo da União Europeia.

Um terço (33%) dos europeus inquiridos com idades entre os 15 e os 24 anos disse ter acedido a conteúdos digitais a partir de fontes ilegais, afirma um estudo do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) divulgado hoje. Mais de metade (52%) afirma ter comprado pelo menos um produto falsificado online durante o ano passado, quer intencionalmente, quer de forma acidental. 

De acordo com os resultados, entre os que o fizeram intencionalmente, 37% compraram um produto falsificado e 21% utilizaram, reproduziram, descarregaram ou transmitiram conteúdos a partir de fontes ilegais.

Em Portugal, 34% dos jovens compraram intencionalmente uma falsificação e 17% acederam conscientemente a conteúdos pirateados.

Por outro lado, 60% dos jovens europeus disseram preferir o acesso a conteúdos digitais de fontes legais, em comparação com 50% em 2019. Em Portugal, esta percentagem é mais elevada e representa 68% dos jovens.

O preço e a disponibilidade continuam a ser os principais fatores para a compra de contrafações e para a pirataria digital, mas a influência dos pares e da sociedade é também cada vez mais importante.

As ciberameaças, a fraude cibernética e o impacto ambiental estão entre os principais fatores dissuasores.

A terceira edição do Painel de Avaliação da Propriedade Intelectual e Juventude, divulgada hoje pelo Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), fornece uma atualização sobre os comportamentos dos jovens face à violação da propriedade intelectual num contexto pós-pandémico.

O inquérito analisa desde 2016 os dois lados da violação da propriedade intelectual: as tendências dos jovens que compram bens contrafeitos e o acesso a conteúdos pirateados.

Pirataria na Internet

O acesso a conteúdos digitais a partir de fontes legais está a ganhar terreno entre as gerações mais jovens. 60% disseram não ter utilizado, reproduzido, descarregado ou transmitido conteúdos de fontes ilegais no ano passado, em comparação com 51% em 2019, e 40% em 2016.

No entanto, a pirataria intencional mantém-se estável, com 21% dos jovens consumidores (um em cada cinco) a reconhecerem ter acedido conscientemente a conteúdos pirateados nos últimos 12 meses.

Uma proporção significativa de jovens foi enganada no acesso a conteúdos pirateados. 12% acederam a conteúdos pirateados de forma acidental e 7% não sabem se o fizeram. O principal tipo de conteúdos pirateados foram filmes (61%) e séries televisivas (52%), seguidos de música (36%), utilizando sobretudo websites dedicados, aplicações e plataformas de redes sociais.

O preço e a disponibilidade continuam a ser as principais razões para comprar produtos falsificados e aceder intencionalmente a conteúdos pirateados, mas as influências sociais, tais como o comportamento da família, amigos ou pessoas que conhecem, ganham terreno significativo.

Outros fatores incluem não se importar se o produto é uma falsificação (ou se a fonte do conteúdo é ilegal), não notar diferença entre produtos originais e falsificados e a facilidade de encontrar ou encomendar produtos falsificados online.

Um em cada 10 inquiridos mencionou recomendações de influenciadores, ou pessoas famosas.

Tanto no caso dos produtos, como dos conteúdos digitais, os jovens mencionaram os riscos pessoais de fraude cibernética e as ciberameaças como fatores importantes que condicionariam os seus comportamentos. Além disso, questões como uma melhor compreensão do impacto negativo sobre o ambiente, ou sobre a sociedade, são agora mais amplamente mencionadas pelos inquiridos.

O EUIPO, com sede em Alicante, Espanha, é uma das agências descentralizadas da União Europeia. Gere o registo da marca da UE e proporciona proteção da propriedade intelectual em todos os estados membros. Também realiza atividades de cooperação com os institutos nacionais e regionais de propriedade intelectual e acolhe o Observatório Europeu das Infrações aos Direitos de Propriedade Intelectual.

Foto: Matthew Keys / Flickr Creative Commons