Cartaz de cinema

Edição 2023 da Monstra com três nomeados para os Óscares

Publicado em 9 Fev. 2023 às 16:27, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)

Edição 2023 da Monstra com três nomeados para os Óscares

Foi hoje revelado o alinhamento da 22.ª edição onde será homenageado o Japão e se comemora o centenário do cinema de animação nacional.

Este ano, a MONSTRA comemora o centenário do cinema de animação nacional, com a maior representação portuguesa de sempre em competição, e homenageia o Japão nos 480 anos de amizade entre Portugal e a terra do sol nascente.

O alinhamento completo foi revelado hoje, no Cinema São Jorge.

A abertura será a 15 de março, na Sociedade Nacional de Belas Artes, com a inauguração da exposição do artista e realizador alemão Raimund Krumme.

De 15 a 26 de março vão ser exibidos mais de 400 filmes com perto de 50 países representados. A base do festival continua a ser o Cinema São Jorge, com extensões na Cinemateca Portuguesa, e nas salas do UCI El Corte Inglés e Cinema City Alvalade. Na programação contam-se 8 estreias mundiais, 17 internacionais e 70 nacionais.

Com a maior representação nacional de sempre em competição celebra-se o ilustrador Joaquim Guerreiro que assinou o primeiro filme animado português que se conhece, "O Pesadelo do António Maria".

A competição de longas-metragens apresenta, entre outras, duas obras portuguesas, "Nayola", de José Miguel Ribeiro, e "Os Demónios do Meu Avô", de Nuno Beato, e uma coprodução entre França, Itália e Suíça, o filme em stop motion "No Dogs or Italians Allowed", de Alain Ughetto, que vai estar no festival antes de entrar no circuito das salas de cinema.

Na competição de curtas-metragens, destacam-se dois nomeados para os Óscares: "Ice Merchants", do português João Gonzalez, e "The Flying Sailor", das canadianas Amanda Forbis e Wendy Tilby, dupla que esteve presente na MONSTRA em 2019.

"Amok", de Balázs Turai (Roménia, Hungria), "Bird in the Peninsula", de Atsushi Wada (Japão), "Letter to a Pig", de Tal Kantor (Israel, França), ou "Steakhouse", de Špela Čadež (Eslovénia, Alemanha, França) somam-se a esta categoria.

Outro nomeado para os Óscares, "My Year of Dicks", de Sara Gunnarsdóttir, pode ser visto na competição Perspetivas.

Entre as 13 curtas nacionais estão "O Casaco Rosa", de Mónica Santos, "Garrano", de David Doutel e Vasco Sá, e, novamente, "Ice Merchants", de João Gonzalez.

Os 480 anos da amizade entre Portugal e o Japão são o mote para a homenagem da MONSTRA à animação japonesa. Uma viagem cinematográfica que começa nos mestres do início do século XX, com filmes históricos, e termina na atualidade.

Realizadores como Atsushi Wada, Osamu Tezuka, Eiichi Yamamoto e Noburô Ôfuji são alguns dos protagonistas deste itinerário que também homenageia a dupla Renzo e Sayoko Kinoshita.

Koji Yamamura, uma das presenças confirmadas este ano, exibirá 50 desenhos originais de quatro dos seus filmes, será curador de uma retrospetiva dedicada aos mestres japoneses, e dará uma masterclass, tudo no Museu do Oriente, local a que a MONSTRA regressa após 15 anos.

O legado do Studio Ghibli estará representado com sete clássicos, entre os quais "Ponyo", "Porco Rosso", "The Tale of the Princess Kaguya" e "The Red Turtle" - a primeira coprodução do estúdio de animação com a Europa, em 2016, pelo holandês oscarizado Michaël Dudok de Wit, que visita Portugal pela primeira vez e conduz uma masterclass acerca do processo criativo deste filme.

Para início do festival está reservada a estreia mundial de um filme criado expressamente para a 22.ª MONSTRA, por jovens japoneses, com música ao vivo, e ainda a exibição exclusiva de "Inu-Oh", a mais recente obra de Masaaki Yuasa.

Fora da competição, destaque para o programa que revela criações de países que partilham a língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal), o AnimaCPLP.

A sessão Animação Experimental, este ano, com a curadoria de Noël Palazzo, codiretora do festival Punto y Raya (Barcelona), apresenta uma seleção de filmes abstratos e animações produzidas no Japão, entre 2007 e 2021, onde são exploradas diversas técnicas, do desenho à mão ao stop motion.

Nas retrospetivas e homenagens vão desfilar trabalhos do croata Borivoj Dovniković e do israelita Gil Alkabetz, ambos desaparecidos em 2022, e ainda uma mostra de filmes ucranianos.

A exposição "100 anos da animação portuguesa", na Cinemateca, entre 2 de março e 2 de junho, percorre a história deste cinema até 1985, altura em que estreou "Oh que Calma", de Abi Feijó. No Museu da Marioneta, "Marionetas que Guardam o Tempo" (de 23 de fevereiro a 23 de abril), mergulha no passado e no presente, através dos acessórios, cenários originais e marionetas que integram filmes de animação feitos em Portugal.

Também fora do ecrã, a Koji Yamamura e Michaël Dudok de Wit, juntam-se dezenas de outros convidados, em Lisboa, para conduzirem masterclasses e workshops únicos, como Joan C. Gratz, Joanna Quinn, Les Mills, Martin Smatana, Florence Miailhe, Maya Yonesho, José Miguel Ribeiro, Bruno Caetano, Nuno Beato ou Tal Kantor.

A programação completa e todas as informações estão disponíveis no site do festival.