Publicado em 27 Set. 2023 às 18:06, por filmSPOT, em Notícias de cinema (Temas: Festivais de cinema)
Foi hoje revelada a programação completa do Doclisboa 2023, que decorre entre 19 e 29 de Outubro, nas salas habituais do festival, a Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa e Cinema Ideal.
Ao todo, vão passar pela 21.ª edição 250 filmes de 42 países, onde se incluem 35 estreias mundiais e 39 filmes portugueses.
Desta vasta escolha é possível apontar, à partida, alguns títulos capazes de chamar os espectadores. Desde logo os já anunciados "O Homem de Negro", de Wang Bing, filme de abertura, e "Baan", de Leonor Telles, que encerrará o certame deste ano - ambos presentes na conferência de imprensa que decorreu na Culturgest (Bing apenas por videoconferência).
Mas o Doclisboa também irá viajar ao interior do cérebro humano com "Teatro do Pensamento", do alemão Werner Herzog, e pelas questões do trabalho em "A Vassoura Libertada, Escutem a História que me Contaram", de Coline Grando, sobre uma cooperativa de trabalhadores de limpeza.
As memórias da guerra e o conflito atual na Ucrânia vão estar presentes em dois filmes, "Vyrai", de Magdalena Mistygacz e Jakub Stoszek, e "Acordar em Silêncio", de Mila Zhluktenko e Daniel Asadi Faezi.
As viagens do Doclisboa estendem-se ainda aos arquivos do cinema em "O Cemitério do Cinema", viagem de Thierno Souleymane Diallo pelas origens do cinema na Guiné, à música, com "Lovano Supreme", de Franco Maresco, e "Peter Doherty: Um Estranho na Minha Pele", de Katia deVidas) e à dança em "Seven Jereles", de Pedro G. Romero e Gonzalo García Pelayo.
Durante a conferência de imprensa foram ainda revelados dois títulos que fazem a ponte entre o passado e o futuro do cinema. "Portrait of Gina", de Orson Wells, inédito em Portugal, e o documentário de Stephen Kijak, "Rock Hudson: Tudo o Que O Céu Permitiu", à volta do ator e galã dos anos 1950.
Na edição deste ano do Doclisboa consta também uma retrospetiva dedicada ao cinema feito durante o período do New Deal norte-americano, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa.
Por fim, duas sugestões com o olhar bem focado no presente. "Humano, Não Humano", de Natan Castay, acompanha um homem que passa horas a desfocar rostos no Google Street View por um cêntimo cada, afundando-se cada vez mais num mundo de automatizações. Markku Lehmuskallio mostra as pressões exercidas pelo homem e pela tecnologia no mundo natural na curta "Sons da Floresta do Norte".
A Competição Internacional viaja este ano por 16 países, incluindo Portugal, e conta com seis estreias mundiais. Dos 39 filmes portugueses presentes na edição deste ano, nove integram a Competição Portuguesa e, destes, sete são estreias mundiais.
Na secção Da Terra à Lua, 23 filmes vão dos julgamentos das juntas militares da ditadura argentina revelada por Ulises de La Orden em "O Julgamento" à luz que emana da comunidade algarvia da ilha da Culatra nos anos 1970, filmada por Amilcar Lyra em "Areia, Lodo e Mar", e à aldeia do cineasta guarani Alberto Álvares em "Yvy Pyte", feito em conjunto com José Cury.
Entre os 21 filmes da secção Heart Beat revelam-se "Deixem o Canário Cantar", um retrato íntimo de Cyndi Lauper assinado por Alison Ellwood; a história de um grupo de atletas queer que decide honrar os excluídos e mostra como fazê-lo em "A Vida Não É Uma Competição, Mas Estou a Ganhar", de Julia Fuhr Mann e a vida e obra de Agnès Varda em "Viva Varda!", de Pierre-Henri Gibert.
Por fim, Edgar Pêra revisita a obra e os heterónimos de Fernando Pessoa, no thriller psicológico e literário "Não Sou Nada – The Nothingness Club".
Como sempre, a programação completa está disponível no site do Doclisboa.