Destaques da semana na RTP2 (12 a 18 de outubro)

A semana na RTP2 começa com a estreia da série finlandesa "Linhas Sombrias", um thriller de espionagem que acompanha uma equipa dos serviços secretos finlandeses na época da Guerra Fria, e prossegue com o documentário "O Universo de Kukai", que acompanha o artista japonês Senju Hiroshi no grande desafio de criar obras de arte para o histórico Templo Kongobuji, no Monte Koya.

De Gonçalo Tocha, é exibido "Torres e Cometas", um filme documentário repleto de história e comédia tendo como tema a cidade de Guimarães.

Em "A Ciência das Avalanches", cientistas e especialistas passam um inverno nos Alpes a investigar avalanches, enquanto "Vida Selvagem: Segredos do Mediterrâneo", aborda os desafios da vida selvagem no Mediterrâneo.

Nas noites de cinema estreia "Varda por Agnès", última longa-metragem de Agnès Varda, um olhar sobre a obra de uma fascinante contadora de histórias e um dos nomes maiores do cinema francês, e é exibido "O Meu Belo Sol Interior", da cineasta francesa Claire Denis, protagonizado por Juliette Binoche, a história de uma artista parisiense, divorciada, em busca do amor ideal.

O cinema português é representado por "Entre os Dedos", segunda longa-metragem de Frederico Serra e Tiago Guedes, um drama sobre a luta pela sobrevivência e a falta de diálogo numa família em colapso emocional.

A terminar a semana, a RTP2 mostra o espetáculo "Mourad Merzouki: Boxe Boxe Brasil", onde o coreógrafo francês Mourad Merzouki brinca com os contrastes e semelhanças entre a dança, o boxe e a música clássica, e estreia o concerto "Orquestra Gulbenkian - Lisboa na Rua 2020", com obras emblemáticas de Mozart, Haydn e Brahms.

Varda por Agnès (2018) - estreia

RTP2, segunda, 12 de outubro, 23h35

Filme

Última longa-metragem de Agnès Varda (1928-2019), uma viagem em nome próprio pela sua obra cinematográfica e fotográfica. "Varda por Agnès" é um autorretrato, um documentário em que Varda olha para os seus filmes, instalações e fotografias, iluminando a sua forma única de trabalhar e a sua visão singular. De mãe da Nouvelle Vague a ícone feminista, a carreira da realizadora belga, radicada em frança, durou 64 anos. No último filme constrói uma autobiografia, falando sobre as suas três vidas, como fotógrafa, como cineasta e como artista. Através de fotos e excertos de filmes, o documentário oferece-nos um olhar sobre a obra pouco ortodoxa de um dos nomes maiores do cinema francês e uma fascinante contadora de histórias.

Linhas Sombrias (estreia da série)

RTP2, terça, 13 de outubro, 22h10

Série

Na década de 1950, o ponto mais quente da Guerra Fria não é Washington nem Moscovo, mas Helsínquia, onde a KGB e a CIA disputam o controle da Finlândia, um pequeno país nórdico situado entre as potências do Leste e do Oeste. À medida que as eleições presidenciais finlandesas se aproximam, CIA e KGB fazem tudo para garantir que os seus candidatos se tornem no próximo presidente da Finlândia. Helena, uma estudante recém-chegada dos Estados Unidos, é recrutada para se juntar a uma força especial finlandesa ultrassecreta que tem como objetivo evitar que as duas potências se intrometam na eleição e manter a independência da Finlândia. Mas a missão fica em perigo à medida que Helena descobre a verdade sobre o seu passado e coloca todos em risco. Com segredos pessoais há muito guardados e agendas políticas a atingir o limite, a equipa precisa manter-se unida, superar mentiras e desconfianças, para ter alguma possibilidade de sucesso.

A Ciência das Avalanches (estreia)

RTP2, quarta, 14 de outubro, 16h00

Documentário

Uma avalanche é impossível de parar e muito difícil de prever. Não importa se esquiam ou andam com raquetes de neve, cerca de 100 pessoas sucumbem todos os anos às avalanches nos países alpinos. Parar massas de neve que se deslocam a grande velocidade é impossível e é difícil ainda, embora não impossível, prever as avalanches. No maior centro de pesquisa de avalanches do mundo - o Instituto de Pesquisa de Neve e Avalanche (SLF) em Davos - os cientistas investigam as condições que causam a quebra dos blocos de neve e o impacto que as alterações climáticas têm sobre a formação e a natureza das avalanches. No decorrer de uma temporada de inverno na Suíça, Áustria, França e Alemanha, acompanhamos cientistas que dedicam a vida ao estudo da neve e das avalanches usando as mais recentes técnicas, analistas que avaliam o risco de avalanches e instrutores que ensinam os entusiastas dos desportos de inverno. Investigadores de vários países reúnem-se para participar numa grande experiência, uma explosão controlada de uma avalanche. Querem perceber melhor as causas dos deslizamentos de neve não controlados. Mas haverá neve suficiente para a explosão? O documentário acompanha os investigadores à medida que se preparam para a experiência.

O Universo de Kukai (estreia)

RTP2, quarta, 14 de outubro, 23h00

Documentário

O Templo Kongobuji no Monte Koya tem uma história de 1200 anos. Nas duas salas de maior prestígio, vão pela primeira vez ser pintados quadros nos fusuma ou portas de correr de papel japonesas que ficaram em branco. O que deve ser desenhado neste lugar sagrado? O documentário acompanha o artista japonês Senju Hiroshi no maior desafio da sua vida, criar obras de arte para este lugar histórico. Senju usa todas as técnicas e busca uma nova forma de expressão.

O Monte Koya está localizado a cerca de 50 quilómetros a sudoeste de Osaka. Cercado por montanhas, situa-se a uma altitude de 1000 metros. Um monge chamado Kukai fundou o Templo Kongobuji no ano 816 d.C.. Este é um mundo separado, um lugar onde os monges treinam a mente e o corpo e se concentram na busca da verdade do tempo e do espaço. No centro do templo encontra-se o salão principal. As pinturas exibidas são de figuras famosas da história da arte japonesa. A maioria dos tesouros nacionais japoneses que podemos ver hoje encontram-se nos templos budistas. Em 2015, o Templo Kongobuji completou 1200 anos. Celebrando a data, vão ser desenhadas pela primeira vez pinturas nas portas de correr do salão principal e a tarefa é confiada ao artista japonês Senju Hiroshi.

Vida Selvagem: Segredos do Mediterrâneo (estreia)

RTP2, quinta, 15 de outubro, 16h00

Série documental

Os desafios da vida selvagem no Mediterrâneo. Série documental de dois episódios. Mar azul, praias idílicas, este é o Mediterrâneo que conhecemos. Mas os contornos do Mediterrâneo mudaram ao longo da história e com ele os caminhos migratórios. Entre desertos e vulcões, ou debaixo de água, os desafios para os animais são enormes.

Torres e Cometas (estreia)

RTP2, quinta, 15 de outubro, 23h00

Filme documentário

Uma festa de símbolos, tendo como tema a cidade de Guimarães. No contexto da sua comemoração como Capital Europeia da Cultura 2012, este é um de vários filmes que se debruçaram sobre a cidade, berço da Nação, a partir da qual Afonso Henriques declarou a independência de Portugal na data distante de 1128. Como anuncia o título astronómico, Gonçalo Tocha (o homem da câmara) circula pela cidade, juntamente com o operador de som, como um cometa. Perante o cenário histórico da cidade, em constante mutação, e enfrentando a frase "Portugal Nasceu Aqui", mergulha numa realidade preenchida por santos, lendas, milagres, monumentos, muralhas, torres por construir, marcos e documentos históricos e música, muita música que se faz ouvir no espaço conquistado, entre a solenidade das orquestras e a festividade dos bailaricos. Um filme repleto de história e comédia.

O Meu Belo Sol Interior (2017)

RTP2, sexta, 16 de outubro, 23h00

Filme

Filme da cineasta francesa Claire Denis ("High Life", "35 Shots de Rum"), protagonizado por Juliette Binoche, vagamente inspirado na obra "Fragmentos de um Discurso Amoroso" de Roland Barthes. A história de uma artista parisiense, divorciada, em busca do amor ideal.

Isabelle (Juliette Binoche) é uma mulher inteligente e sofisticada que vive em Paris. Divorciada há vários anos sente que agora, que chegou aos 50 anos de idade e encontrou uma certa estabilidade em várias áreas da sua vida, é o momento ideal para procurar o amor verdadeiro. Porém, entre uma relação e outra, vai perceber o quão difícil é encontrar alguém que a preencha verdadeiramente.

Mourad Merzouki: Boxe Boxe Brasil (estreia)

RTP2, sábado, 17 de outubro, 22h10

Bailado

Em 2010, o coreógrafo francês Mourad Merzouki convidou o Quarteto de Cordas Debussy para partilhar o palco com os seus bailarinos de hip-hop. Brincando com os contrastes e semelhanças entre a dança, o boxe e a música clássica, "Boxe Boxe" tem sido interpretada desde então perante quase 130.000 espectadores. Mourad Merzouki volta a calçar as luvas de boxe e a repensar a escrita coreográfica desta peça, bem como o acompanhamento musical com o Quarteto Debussy, para apresentar "Boxe Boxe Brasil" associando dez jovens artistas cariocas que conheceu há quase uma década na Bienal de Dança de Lyon. O projeto faz parte de uma história de encontros, fidelidade e enriquecimento mútuo entre um coreógrafo e 9 jovens bailarinos, que começou em 2008 quando Mourad Merzouki revelou a sua energia e virtuosismo em palco com a coreografia "Agwa". Desde então, duas criações, "Correria Agwa" e "Käfig Brasil", correram mundo. Mourad Merzouki continua esta colaboração franco-brasileira, assumindo uma obra-prima do repertório da Companhia Käfig numa versão explosiva e inédita nas cores do Brasil.

Entre os Dedos (2008)

RTP2, sábado, 17 de outubro, 23h20

Filme

Segunda longa-metragem de Frederico Serra e Tiago Guedes ("Coisa Ruim"), com argumento do jornalista e romancista Rodrigo Guedes de Carvalho. Um drama sobre a luta pela sobrevivência e a falta de diálogo numa família em colapso emocional. Com Filipe Duarte, Isabel Abreu, Lavínia Moreira e Gonçalo Waddington.

Após uma derrocada na obra, Paulo perde o emprego porque denunciou a situação. A relação com a mulher vai-se deteriorando dia após dia. Anabela, a irmã de Paulo, vive com o pai de ambos, que sofre da síndrome do ultramar. Bela é enfermeira e o único conforto de um doente terminal. Famílias grandes noutros tempos e que agora se limitam a sobreviver dentro do destino que lhes coube. Uns resistem e esbracejam, lutam e não se conformam, outros deixam cair os braços e desistem.

Orquestra Gulbenkian - Lisboa na Rua 2020 (estreia)

RTP2, domingo, 18 de outubro, 23h05

Concerto

O maestro Mihhail Gerts dirige obras emblemáticas de Mozart, Haydn e Brahms.

Nos últimos anos, no fim do verão, a Orquestra Gulbenkian tem-se juntado ao Lisboa na Rua para apresentar ao ar livre, em vários locais da cidade, peças fundamentais e populares do repertório clássico trazendo a música erudita até a um público mais alargado. Este ano, não podendo fazer um grande concerto num dos jardins da cidade, a Orquestra atuou dentro de portas, no Grande Auditório.

Desde o primeiro acorde musical, a Abertura da ópera "Don Giovanni" prenuncia o trágico fim do protagonista. Obra-prima setecentista, resultante da profícua colaboração entre o compositor Wolfgang Amadeus Mozart e o libretista Lorenzo Da Ponte, "Don Giovanni" mistura vários géneros, incluindo a comédia, a farsa e a tragédia. Por seu lado, o humor, o equilíbrio e a elegância clássica caracterizam o Concerto para trompete de Joseph Haydn. Por fim, a Sinfonia Nº3 de Brahms transporta-nos para a era pós-Beethoven, tendo a obra sido caracterizada pelo maestro Hans Richter como a "Heroica" de Brahms.

Programa:

Wolfgang Amadeus Mozart - Abertura da ópera Don Giovanni, K.527

Joseph Haydn - Concerto para trompete e orquestra em mi bemol maior, Hob.VIIe:1

Johannes Brahms - Sinfonia Nº3 em fá maior, Op.90

Gravado no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 18 de setembro de 2020.