Cartaz de cinema

Destaques da programação da RTP2 (semana de 24 a 27 janeiro 2019)

Publicado em 17 Jan. 2019 às 18:57, por filmSPOT, em Notícias de televisão e séries

Destaques da programação da RTP2 (semana de 24 a 27 janeiro 2019)

No próximo domingo, a RTP2 estreia "A Coleção", série da BBC, o documentário "Jazzé Duarte", de Jorge Paixão da Costa, que presta homenagem a um dos grandes especialistas do jazz em Portugal e ao programa de rádio "5 minutos de jazz" que celebra mais de cinco décadas de existência. A estas duas novidades junta-se um novo episódio da série documental "Sons de Nova Iorque", desta vez dedicado ao pianista e compositor Gerald Clayton, figura de destaque na nova geração de artistas de jazz; e o documentário "Onda de Vapor" que mergulha no fenómeno mundial do cigarro eletrónico.

As noites de cinema são preenchidas com "Nana", primeira longa-metragem da cineasta francesa Valérie Massadian, um filme que se desenrola ao ritmo de uma menina de quatro anos de idade; "Amarcord" um dos mais nostálgicos e fascinantes filmes de Federico Fellini; e "O Encantado" terceiro e último volume da trilogia "As Mil e uma Noites" do cineasta português Miguel Gomes.

A terminar a semana, a RTP2 apresenta "Pelléas et Mélisande", de Claude Debussy, com a soprano canadiana Barbara Hannigan, o barítono francês Stéphane Degout e a direção do maestro finlandês Esa-Pekka Salonen, numa produção do Festival d"Aix-en-Provence com encenação de Katie Mitchell.

Nana (2011) - estreia

RTP2, segunda, 21 de janeiro, 23h10

Nana (Kelyna Lecomte) é uma menina de quatro anos de idade que vive perto da floresta com a mãe e o avô. Um dia, ao regressar da escola, encontra a casa vazia e silenciosa. Passado o choque inicial, a sensação de vazio, Nana retoma a sua vida normal: veste-se, alimenta-se, brinca e cuida da casa. É assim que esta menina marca uma posição no mundo sombrio, numa infância obscura marcada pelo abandono, entregue à orientação própria de quem tem apenas 90 centímetros de altura e um mundo inteiro para conhecer e gerir. Filme distinguido com os prémios Leopardo de Ouro - Melhor Primeira Obra no Festival de Locarno, em 2011, Melhor Filme no Festival de Valdivia e o Grande Prémio no !F - Festival de Cinema Independente de Istambul.

 

Jazzé Duarte (estreia)

RTP2, quarta, 23 de janeiro, 23h10

Em fevereiro de 2018 um programa de rádio português e diário celebrou 52 anos de existência. O protagonista desse acontecimento, José Duarte, dedicou uma vida à divulgação do jazz, um género musical por muitos considerado impopular, desconhecido, niilista e profano. O que terá motivado um cidadão de um pequeno país amante de outras tradições musicais a alimentar um programa chamado "5 minutos de jazz" durante mais de cinco décadas? Com realização de Jorge Paixão da Costa, o documentário pretende ilustrar e homenagear algo único, impressionante e insólito para um Portugal fora do circuito do jazz e para os portugueses que sem os "5 minutos de jazz" diários, sem o Jazzé Duarte, não teriam a oportunidade de apreciar e reconhecer esta música.

 

Amarcord (1974)

RTP2, sexta, 25 de janeiro, 23h10

Um dos mais nostálgicos e fascinantes filmes de Federico Fellini. O retrato pitoresco de uma pequena cidade italiana dos anos de 1930, sob o domínio fascista. Filme vencedor do Óscar para o Melhor Filme de Língua Estrangeira.

Um filme de memórias, tempos perdidos, paixões acordadas e pesadelos enterrados, onde Fellini recorda a sua infância em Rimini, nos tempos da Itália fascista, numa série de episódios que é difícil saber se são verídicos ou imaginados. Amarcord é uma referência à tradução fonética da expressão "a m' arcord" (eu me lembro), usada na região da Emilia-Romagna, onde Fellini nasceu.

Numa vila costeira do norte da Itália, nos anos trinta, o jovem Tita (Bruno Zanin) observa várias personalidades excêntricas locais, como membros da sua família, fascistas e mulheres sensuais, que se comportam de forma absurda. Entre as personalidades do povoado estão o pai, Aurelio Biondi, que num agitado jantar de família se volta contra Tita por este não trabalhar; um padre, que escuta confissões só para dar asas à sua imaginação anticonvencional; a mulher da tabacaria, de seios volumosos; Volpina, a ninfomaníaca, que tenta fazer negócio na praia com os operários de uma construção; o tocador de acordeão cego; e a bela Gradisca, uma vedeta local que tem um romance com um aristocrata no Grande Hotel. Entretanto, a vila prepara-se para um grande comício fascista, que vai produzir algumas perturbações na família de Aurelio.

 

Pelléas et Mélisande (estreia)

RTP2, sábado, 26 de janeiro, 22h15

Drama lírico em cinco atos de Claude Debussy, segundo a peça de Maurice Maeterlinck, com a soprano canadiana Barbara Hannigan e o barítono francês Stéphane Degout nos papéis principais. Produção do Festival d"Aix-en-Provence, com encenação de Katie Mitchell.

Numa floresta onde se perdeu do caminho, Golaud encontra Mélisande. O príncipe casa com a jovem e leva-a para o castelo da família. Aí Mélisande conhece Pelléas, meio-irmão de Golaud. Mas algo acontece entre os dois: "algo mais forte do que eu" suspira Mélisande, algo contra o qual Golaud vai lutar e que acabará por conduzir à tragédia. O drama de luz e sombra, do escritor simbolista Maurice Maeterlinck, inspirou Claude Debussy a tecer uma ópera mergulhada em mistério, atravessada por silêncio, num mundo intemporal, irreal, quase hipnótico. A encenadora Katie Mitchell destaca o realismo onírico desta obra-prima numa nova produção muito aguardada, com a interpretação da Orquestra Filarmonia sob a direção do maestro finlandês Esa-Pekka Salonen. Após a viagem desde o reino imaginário de Allemonde, a beleza sufocante de Pelléas et Mélisande permanece ilesa.

Gravado no Grande Teatro da Provença, em julho de 2016.

 

O Encantado (2015)

RTP2, sábado, 26 de janeiro, 23h45

"O Encantado" é o terceiro e último volume da trilogia "As Mil e uma Noites", do cineasta português Miguel Gomes ("Aquele Querido Mês de Agosto", "Tabu"), que se completa com "O Inquieto" e "O Desolado". Uma história sobre o Portugal de hoje, inspirada em Xerazade e em factos ocorridos entre 2013 e 2014, recolhidos por um grupo de jornalistas. Um retrato da sociedade portuguesa, no meio de uma crise social e económica, durante o período em que o país esteve refém do programa de austeridade.

Num País Europeu em crise, um realizador propõe-se construir uma ficção a partir da miserável realidade onde está inserido. Incapaz de descobrir um sentido para o seu trabalho, foge cobardemente dando lugar à bela Xerazade. A princesa, para ganhar mais um dia de vida, conta ao rei as inquietantes maldições que se abatem sobre o país. Com o passar das noites, a inquietude dá lugar à desolação e a desolação ao encantamento. Xerazade organiza as histórias que conta ao Rei em três volumes, com ânimo e coragem para não o aborrecer.

Em "O Encantado", Xerazade duvida que ainda consiga contar histórias que agradem ao rei, dado que o que tem para contar pesa três mil toneladas. Por isso foge do palácio e percorre o Reino em busca de prazer e encantamento. O seu pai, o Grão-Vizir, marca encontro com ela na roda gigante e Xerazade retoma a narração: "Oh venturoso Rei, fui sabedora que em antigos bairros de lata de Lisboa, existia uma comunidade de homens enfeitiçados que, com rigor e paixão, se dedicava a ensinar pássaros a cantar…".

 

A Coleção (estreia)

RTP2, domingo, 27 de janeiro, 22h15

"O vestido certo pode transformar a pessoa que o veste." Emocionante saga de uma família que gere uma ilustre casa de moda, em Paris, depois da Segunda Guerra Mundial. Uma arrebatadora história de glamour, coragem e traição com Richard Coyle, Tom Riley e Mamie Gummer (filha de Meryl Streep).

Paris. 1947. Uma ilustre casa de moda, liderada por dois irmãos muito diferentes, emerge dos dias sombrios da ocupação. Paul Sabine (Richard Coyle) é o homem de negócios que cuida da parte financeira e ambiciona fazer de Paris a capital mundial da moda. O seu irmão Claude (Tom Riley) é um estilista talentoso e os seus vestidos são um sucesso. A sua nova coleção, para uma mulher feminina, sensual e elegante, dá início a uma era romântica, uma oportunidade de melhorar a tristeza do pós-guerra e restaurar a antiga glória de uma nação exaurida. Mas um passado obscuro, alianças e traições, negócios odiosos para sobreviver à ocupação nazi e segredos sombrios ameaçam derrubar o império. A Casa de Sabine sobreviveu a uma guerra devastadora, mas outra está iminente, onde rivalidades e histórias de amor colocam irmão contra irmão, marido contra esposa, protegido contra mentor, o passado contra o futuro. Vestir-se elegantemente nunca foi tão deslumbrante - ou perigoso.

 

Sons de Nova Iorque: Gerald Clayton

RTP2, domingo, 27 de janeiro, 23h10

Série documental que explora o universo musical de uma nova geração de artistas nova-iorquinos. Pianista e compositor, Gerald Clayton estabeleceu-se como uma figura de destaque na nova geração de artistas de jazz.

Ao longo de oito anos, com três álbuns editados, vários trabalhos de estúdio como sideman, e inúmeras apresentações em todo o mundo, Gerald Clayton estabeleceu-se como uma figura de destaque na nova geração de artistas de jazz, fluente na variedade de estilos que compõem o jazz contemporâneo, que deixará uma marca indelével na longa e rica tradição do jazz. Nascido a 11 de maio de 1984 em Utreque, na Holanda, mudou-se muito jovem para os Estados Unidos. Cresceu numa família de músicos (o pai é o baixista e compositor John Clayton e o tio o saxofonista Jeff Clayton) onde teve contacto com uma variedade de estilos musicais. Pianista e compositor, nomeado quatro vezes para os Grammy, começou formalmente a sua jornada musical na prestigiada Los Angeles County High School for the Arts, depois na USC Thornton School of Music e mais tarde na Manhattan School of Music, em Nova Iorque. Tocou e gravou com conceituados artistas como Diana Krall, Roy Hargrove, Dianne Reeves, Ambrose Akinmisure, Dayna Stephens, Kendrick Scott, John Scofield, Ben Williams e Charles Lloyd.

 

Onda de Vapor (estreia)

RTP2, domingo, 27 de janeiro, 23h40

Documentário de Jan Kounen que mergulha no vasto universo do "vape" e nos leva numa viagem à volta do mundo à descoberta de uma revolução cultural em curso contra os cigarros tradicionais e o flagelo do tabaco. Militante mas mantendo-se objetivo, investiga a indústria do tabaco e os seus lobbies bem como a jovem indústria do vape e a importância sem precedentes da web no desenvolvimento do vape. Parte ao encontro dos seus protagonistas, incluindo designers de cigarros eletrónicos, máquinas de vape, criadores de líquidos mas também de organizações de saúde e através de entrevistas, reportagens, imagens de arquivo e cenas fictícias caracteriza o futuro do vape.